O superintendente da Polícia Federal, Paulo César Barcelos Cassiano Júnior, reuniu a imprensa para uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira para esclarecer a ação dos policias no confronto dentro da UFSC. Na tarde de terça-feira, houve conflito entre a polícia e estudantes quando houve a prisão de cinco estudantes que estariam portando maconha no local.

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O nome dos cinco detidos – de 18, 19, 22, 23 e 29 anos – não foram divulgados. Segundo a polícia, o mais jovem, de 18 anos, não era aluno da UFSC e tinha passagens por roubo e furto. Todos assinaram termo circunstanciado por uso de drogas e foram liberados. O caso será investigado pela PF e eles terão que comparecer à polícia quando determinado.

O superintendente, diante dos questionamentos, afirmou que não havia necessidade de mandado judicial para irem até o Campus nem para deter os estudantes, porque houve um flagrante e, nesta situação, os mandatos são dispensáveis.

Paulo Cassiano Júnior esclareceu que todos os estudantes que receberam voz de prisão foram devidamente conduzidos, ouvidos e os procedimentos cabíveis foram instaurados. A partir de agora, outros dois novos procedimentos serão iniciados. Um para avaliar os danos cometidos pelos “baderneiros” e outro por causa das lesões corporais em alguns policiais envolvidos.

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Outro fato que o superintendente esclareceu é que já existe um inquérito para investigar a conduta de tráfico de drogas na universidade, ou seja, a investigação é preexistente à ação de ontem.

Para Paulo Cassiano Júnior, o comportamento da universidade foi lamentável, pois a instituição deveria ter ficado ao lado do Estado, não ao lado dos alunos e professores que se dispuseram a cometer atos ilegais. Ele mesmo esteve no local, desde o meio-dia de ontem, para tentar negociar a saída pacífica dos servidores, mas, diante da absoluta intransigência por parte dos manifestantes e professores que mediavam a negociação, não foi possível.

– A nota de repúdio enviada pela reitora Roselane Neckel foi lamentável – disse Paulo Cassiano, que criticou a postura da reitora.

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O superintendente deixou claro que a Polícia Federal não tem compromisso algum com a falta de “pulso firme” dela.

– Autonomia universitária não deve ser confundida com libertinagem. É sabido que a universidade é um antro de crimes. E a reitora quer transformar a universidade numa república de maconheiros – afirmou.

Sobre o fato da polícia estar sempre tendo que intervir por causa dos assaltos e furtos dentro do campus, Paulo Cassiano Júnior acredita que ações como esta da reitora cooperam com a criminalidade.

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– Eu não posso deixar de externar meu repudio à posição da reitora, que não contribui para o enfretamento do crime que acontece sob o olhar dela. Não gostaria que alguém chegasse na minha casa pra dizer que está bagunçada, mas, infelizmente, eu preciso dizer que isso aqui está uma bagunça – finalizou.

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