A Polícia Civil vai abrir procedimento administrativo para apurar quais são as providências preventivas tomadas pelos estabelecimentos de Joinville para evitar a entrada, a venda, a compra e o consumo de drogas. O anúncio foi feito ontem pelo delegado regional da Polícia Civil, Dirceu Silveira Júnior, um dia depois que “A Notícia” publicou uma reportagem que flagrou o tráfico de drogas dentro das baladas e em festas rave clandestinas.

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O procedimento da Polícia Civil tem como objetivo qualificar o serviço prestado pelas casas e pode resultar em medidas mais rigorosas na liberação de alvarás.

– As casas não têm a obrigação de reprimir, pois não têm poder de polícia, mas têm a obrigação de trabalhar mecanismos de prevenção -, avaliou o delegado.

Já na esfera criminal, com relação ao tráfico de drogas flagrado pela reportagem, Dirceu afirma que a polícia tem trabalhado constantemente com a repressão. Mas, segundo ele, nem sempre é possível atender à sociedade em sua totalidade, pois a droga está disseminada por todos os lados.

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Diante dessa situação, o delegado chama a atenção dos pais e da comunidade para que ajudem na fiscalização denunciando eventuais atos suspeitos. A reportagem também mostrou como festas clandestinas ocorrem em locais fora do perímetro urbano, onde vários tipos de drogas são vendidos e consumidos por falta de fiscalização.

A rave acompanhada por “AN”, em Araquari, na madrugada de domingo, foi realizada com autorização para a promoção de um aniversário até as 4 horas, segundo informou a Prefeitura. A produção de uma rave não estava liberada até porque esse tipo de evento é proibido no Estado desde 2003.

O dono da chácara onde ocorreu a festa, Mauro Santos, entrou em contato com a reportagem e disse que não sabia que se tratava de uma festa rave. Ele havia locado o espaço para um aniversário.

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O delegado responsável pela comarca, Leandro Lopes de Almeida, abriu procedimento administrativo para investigar o caso. Na delegacia, foi informado que ocorreria uma festa de formatura no local. Um inquérito policial também foi aberto para apurar a denúncia de tráfico de drogas na mesma festa. O delegado regional deixou claro, ainda, que a responsabilidade sobre as festas é do dono do local e não apenas de quem organiza.

– Se o estabelecimento for locado para terceiros, o proprietário deve estar ciente de que ele responde pelo seu estabelecimento -, afirma.

O que dizem as autoridades