A Polícia Federal começa, nesta quinta-feira, a escutar os primeiros depoimentos de testemunhas ligadas à Operação Onipresença, que apura fraudes no sistema de controle de frequência dos médicos do Hospital Universitário (HU) da UFSC, em Florianópolis.
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PF cumpre mandados contra possíveis irregularidades no HU
São cerca de 60 médicos, enfermeiros e técnicos que podem contribuir na elaboração das provas ou até levar a novos suspeitos. Já os 27 médicos suspeitos de descumprir obrigações contratuais só serão ouvidos após esta fase, diz a PF.
“Não faltam médicos, só precisam ir trabalhar”, diz delegado da PF
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“É preciso separar pessoas de instituições”, afirma diretor do HU
Na terça-feira, a polícia já havia adiantado que pelo menos 120 funcionários do hospital (incluindo os suspeitos) deveriam ser ouvidos nas próximas semanas. Outros servidores podem ser chamados caso surjam indícios de participação deles no esquema.
Além disso, desde a semana passada, funcionários do hospital começaram a procurar a PF em Florianópolis para dar seus testemunhos voluntariamente.
Os depoimentos podem tanto criar novas linhas de investigação quanto corroborar as originais, explica o delegado Ildo Rosa, do setor de comunicação da PF. Ele conta que alguns dos relatos dos voluntários não trouxeram muitas novidades, mas ajudaram a “dar peso para as provas” que a polícia vem coletando desde outubro de 2013.
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Foto:Guto Kuerten/Agência RBS
A Operação Onipresença investiga médicos alocados no HU da UFSC que teriam descumprido obrigações previstas em contrato – principalmente atendendo em consultórios e empresas particulares durante o horário em que deveriam atuar na universidade.
Os médicos investigados possuem vínculos públicos de 60 ou 40 horas semanais de trabalho, mas durante a jornada realizam atendimentos em consultórios, clínicas e hospitais particulares em prejuízo do atendimento no HU.
Ao todo, 32 médicos foram investigados em um ano e meio de operação, sendo encontradas irregularidades na atividade profissional de 27. Além de punições administrativas, como a perda da licença, os envolvidos podem ter que ressarcir os valores que receberam sem ter trabalhado de acordo e perder os cargos públicos.
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