A Polícia Civil reconstitui nesta quinta-feira os últimos momentos de vida do menino Ítalo Fernandes de Matos, de um ano e sete meses, que perdeu a vida na madrugada do dia 10. O menino morreu enquanto estava sob a guarda do padrasto, Marcelo Buss Bernardes, que desde aquele fim de semana está preso no Presídio Regional de Joinville.

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Ele foi indiciado por homicídio doloso e deve participar da simulação. Marcelo não é obrigado a contribuir, mas poderá apresentar a sua versão sobre o que ocorreu naquela madrugada.

De acordo com o delegado Wanderson Alves Joana, oito profissionais acompanharão a atividade na casa. Mas a reconstituição deve mobilizar aproximadamente 40 pessoas, entre policiais civis, promotor e agentes que farão a escolta do padrasto.

– Marcelo é obrigado a comparecer, mas não é obrigado a contribuir com a investigação -, explica o delegado Wanderson Alves Joana.

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– Ele tem o direito constitucional de não falar, mas entendo que ele é maior interessado em provar que a morte do menino foi uma fatalidade -, diz Alves.

Segundo a advogada do suspeito, Amália Reiter Kleinowski, ele vai contribuir com a reconstituição, e a expectativa dele é de que a simulação comprove que a morte de Ítalo foi fruto de um acidente.

Marcelo alega que estava lavando louça por volta da uma hora da manhã, quando ouviu um barulho na sala, onde a criança brincava. Ao delegado, ele disse que não presenciou a queda, mas acredita que Ítalo estaria brincando com um notebook, na mesa da sala, quando teria caído da cadeira, batido com a testa na mesa e a cabeça no chão.

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As lesões na testa e na nuca, evidenciadas no laudo do IML como causadoras da morte de Ítalo, são compatíveis com esta versão. O que ainda não está claro para a polícia é se a queda poderia ter causado a morte do menino.

Segundo o delegado, a autópsia evidenciou supostos ferimentos anteriores à queda (arranhões nas costas, que seriam compatíveis com o arrastamento da criança em um chão áspero; hematomas nas costas e no braço; e um ferimento no lábio). Estas evidências convenceram o juiz Gustavo Henrique Aracheski a manter a prisão preventiva de Marcelo – que em princípio havia sido preso por suspeita de negligência.

MAIS: Veja imagens do laudo do IML

A polícia ainda aguarda o resultado de outros exames médicos para saber se a criança sobreviveria se tivesse sido socorrida imediatamente – Marcelo só levou a criança ao PA Norte por volta das 3 horas da manhã, após buscar a mãe do menino no trabalho dela. A polícia espera ter todas as respostas nesta quinta.

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