– A última vez que eu vi meu filho foi na segunda-feira, quando deixei ele na escola. Era o seu primeiro dia usando o uniforme, e eu fiz questão de tirar uma foto dele com a professora -, lembrou, com tristeza, o professor de inglês Leonardo Merino de Matos.

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Ele parecia não acreditar nas próprias palavras quando, na porta do Instituto Médico Legal (IML) de Joinville, se deu conta de que não verá mais seu filho, Ítalo Fernandes de Matos, de um ano e sete meses, que morreu na madrugada de sábado.

Segundo o hospital, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas só o IML poderá atestar o que realmente causou a morte.

Leonardo está separado da mãe de Ítalo há mais de um ano, mas costumava passar todos os fins de semana com o menino. Desta vez, ele tinha outros compromissos e avisou Michely Fernandes, de 29 anos, que não poderia ficar com a criança.

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Ela, que trabalha em uma casa noturna da cidade, saiu para trabalhar e deixou seu companheiro, Marcelo Buss Fernandes, responsável pelo garoto. Ele foi preso no sábado pela manhã e levado ao Presídio Regional de Joinville.

À polícia, Marcelo disse que estava lavando a louça, entre as 23 horas de sexta-feira e a 1 hora de sábado, quando ouviu um barulho. O menino, que estava brincando pela casa, teria tentado subir em uma cadeira e caído.

Logo em seguida, teria vomitado. Marcelo afirmou que colocou uma bolsa de gelo na cabeça do pequeno assim que viu o hematoma. O padrasto teria continuado com seus afazeres. Às 3 horas, ele percebeu que o menino dormia e saiu para buscar a mulher no trabalho.

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Quando a mãe chegou em casa, notou que o menino não passava bem. O padrasto chegou a reanimá-lo, mas sem sucesso. A família saiu às pressas e seguiu até Pronto-atendimento (PA Norte).

De lá, o bebê foi encaminhado em uma ambulância para o Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade de saúde, o pequeno já apresentava problemas e só conseguiu respirar com a ajuda de aparelhos da ambulância.

Ao dar entrada no hospital, Ítalo não resistiu. A assessoria informou que a causa de morte foi uma parada cardiorrespiratória. O IML ainda não divulgou o laudo – que pode comprovar se a queda e os hematomas têm alguma ligação com a morte.

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Ítalo foi enterrado na manhã de domingo, no cemitério São Sebastião, no Iririú. A mãe foi procurada pela reportagem, mas disse que não se sentia à vontade para falar. A polícia não autorizou o acesso a Marcelo.

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