Na tarde desta sexta-feira, a Brigada Militar e a Polícia Civil afirmaram que irão individualizar os atos de vandalismo que ocorreram na noite de quinta-feira durante o protesto contra o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre. A afirmação foi dada tanto pelo chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), o tenente-coronel João Diniz, quanto pelo responsável pelo Departamento de Polícia Metropolitana (DPM0, o delegado Antônio Vicente Vargas Nunes.
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Conforme o delegado, apenas um pequeno grupo, que não atingiria 2% do total de manifestantes, foi responsável pelos atos de depredação e deve ter suas responsabilidades individualizadas. Nunes ainda elogiou o trabalho da Brigada:
– Não podemos criminalizar os movimentos sociais nem as manifestações.
Para o major André Luiz Córdova, comandante-interino do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e que acompanhou toda a manifestação, a conduta da polícia foi dentro de um padrão adotado em outras manifestações. Segundo o major, os manifestantes foram acompanhados em todo o trajeto pelos policiais, que somente interviram quando o protesto fugiu ao controle.
Córdova confirmou ainda que os 23 detidos pela Brigada na noite de quinta-feira teriam participado dos atos de vandalismo. Destes, quatro já tinham antecedentes criminais, e pelos menos um foi visto em todas as manifestações, desde o confronto ocorrido no Largo Glênio Peres em outubro do ano passado.
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Lesões sofridas
Ainda, tanto o major Córdova quanto o delegado Nunes afirmaram que não houve registros de lesões corporais sofridas, nem de policiais, nem de manifestantes. O comandante Godói também salientou que, todos os anos, são realizadas em média 300 manifestações, em sua grande maioria pacíficas.
– Os manifestantes já tinham, praticamente, encerrado o protesto, próximo ao Largo Zumbi dos Palmares, quando um pequeno grupo se afastou e segiu em direção à Avenida João Pessoa – afirmou o comandante do CPC.
Segundo os oficiais, a polícia teve um comportamento mais enérgico somente quando integrantes desse grupo atearam fogo em um contêiner e começou a enfrentar a polícia com paus e pedras.
Danos provocados
Na coletiva, a Brigada ainda divulgou um levantamento dos prejuízos provocados pelo vandalismo durante a manifestação. Segundo levantamento do 9° BPM, pelo menos 21 lojas, um prédio e três bancas de revista foram pichadas; seis agências bancárias, cinco veículos (dois particulares, dois de empresa e um da Empresa Pública de Transporte e Circulação) e um parquímetro foram depredados.
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Além disso, cerca de 40 contêineres foram virados, chutados e pichados, e um deles queimado, provocando o bloqueio da Avenida João Pessoa por cerca de uma hora.
Segundo a assessoria de imprensa do Banrisul, a instituição deve gastar em torno de R$ 73 mil para consertar os danos causados causados em quatro agências, sendo três delas em Porto Alegre e uma no Rio de Janeiro. Na Capital carioca, os danos se restringem a pichações, já na Capital gaúcha, vidros quebrados, paredes pichadas e o reforço na segurança 24h concentram a maior fatia do gasto.