A Brigada Militar (BM) contabiliza pelo menos 19 endereços em Porto Alegre que registraram ocorrência devido aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus na noite de quinta-feira.

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De acordo com o comandante interino do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major André Luiz Córdova, foram contabilizados seis agências bancárias com a vidraça quebrada, veículos e contêineres de lixo danificados – um deles, inclusive, incendiado. Não estão incluídas no balanço oficial da BM ocorrências menores, como pequenas pichações, guaritas ou contêineres de lixo revirados.

– A partir da série de depredações do patrimônio público e do privado, se identificou os responsáveis e foram feitas detenções e gerados termos circunstanciados para individualização dos casos – relatou Córdova ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

Conforme o major, a orientação policial para acompanhar protestos com grande volume de pessoas é aguardar, identificar os depredadores e tomar as medidas necessárias. Para dispersar manifestações mais contundentes, a Brigada adota uma escala de proporcionalidade para “minimizar o conflito homem a homem”, explica Córdova.

– Em casos como esses, quando um grande grupo transita, não podemos entrar em ação porque aí se dá causa para o conflito. Temos buscado aguardar aquele momento em que se consegue observar aquelas pessoas que mais têm vinculação com os danos e identificá-las.

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O uso de granadas de efeito moral e de gás foi feito para evitar o confronto com os manifestantes, justifica Córdova, sem citar se houve feridos durante os protestos. O próprio major contou que um paralelepípedo arremessado contra a polícia caiu sobre uma marquise e, por pouco, não atingiu os PMs.

No Banco do Brasil da Borges de Medeiros, no Centro, metade da porta de vidro da agência foi depredada. Os estilhaços já haviam sido retirados por volta das 9h da manhã, quando a reportagem esteve no local. O vigia informou que a agência abriria normalmente.

Já no Banrisul da Borges de Medeiros, próximo ao Centro Administrativo, o estrago foi maior. Todas as vidraças da agência foram estilhaçadas. Duas funcionárias de limpeza ainda recolhiam os cacos de vidro. Segundo a assessoria de imprensa do banco, após a colocação de tapumes, a agência deve ser reaberta, até o meio-dia.

Manifestantes contrários aos atos de vandalismo também deixaram seu recado no local por meio de um cartaz com os dizeres: “Isso não representa o movimento”.

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Também no Bradesco da Rua Vigário José Inácio funcionários de uma vidraçaria trabalhavam no local. Todo o entorno da agência foi bloqueado com fitas de isolamento. Além da quebradeira, houve pichações nos vidros contra o preço da passagem. O atendimento aos clientes ocorreu normalmente a partir das 10h.

Na estação Mercado do Trensurb e no terminal de ônibus Júlio de Castilhos, havia rastros de pichações, bem como em vários prédios ao longo da Avenida João Pessoa.