Se depender da Polícia Civil em Joinville, o empresário Marcos Antônio de Queiroz poderá ser considerado oficialmente foragido da Justiça em breve. Os delegados Zulmar Valverde e Fábio Fortes, que coordenam parte das investigações sobre o suposto golpe praticado pelo empresário, estão convencidos de que os boletins de ocorrência registrados contra ele já bastam para sustentar a prisão.
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O pedido de prisão preventiva, conforme anunciado na terça-feira, deve ser formalizado nos próximos dias. Mas depende da Justiça a decisão de expedir o mandado. Por enquanto, nem mesmo a polícia tem notícias do paradeiro do empresário. Queiroz foi visto pela última vez na quinta passada. Mais de cem boletins de ocorrência já foram registrados em delegacias da cidade desde sexta.
Inquéritos policiais foram instaurados para que, comprovada a prática de crime, Marcos Antônio de Queiroz seja indiciado.
As investigações apuram o calote em clientes que compraram mercadorias em dois materiais de construção mantidos por ele sem terem recebido os produtos, além de um possível golpe contra quem comprou apartamentos do chamado Grupo Marcos Queiroz na planta.
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Grupo Marcos Queiroz vendia imóveis sem autorização
Apesar de ainda não haver estelionato confirmado em relação aos apartamentos, porque os contratos previam a entrega apenas nos próximos anos, a polícia busca provas para confirmar o golpe. Nenhum prédio anunciado pelo empresário chegou a ser erguido.
Há pouco mais de um mês, o Procon havia constatado que o grupo vendia os apartamentos sem a documentação necessária. O caso foi encaminhado ao Ministério Público. Atualmente, um procedimento de investigação tramita na 17ª Promotoria de Justiça com informações de antes que o caso ganhasse repercussão.
Desde segunda, outras três ações foram ajuizadas pelos clientes lesados. Trata-se de medidas cautelares, como o bloqueio de bens, na tentativa de minimizar prejuízos.
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Advogados também desconhecem paradeiro
Dois advogados de Joinville que trabalharam com o empresário disseram na terça-feira que não têm qualquer conhecimento do paradeiro dele ou sequer um contato. O advogado Alexandre Barnack, um dos três profissionais que representam o empresário em ações na primeira instância da Justiça em Joinville, disse que vai deixar os casos.
– Nosso escritório não tem interesse nesse tipo de causa – diz.
Ele representa Queiroz em uma ação de sequestro de bens na 2ª Vara Cível e em uma rescisão de contrato e devolução de dinheiro no Juizado Especial Cível. Outra advogada que trabalhou com Queiroz, Suzane Duarte, se mostrou surpresa com as últimas notícias envolvendo o empresário. Ela atuou apenas na transferência de imóveis.
– Não tenho mais nenhum contato – disse.
Contraponto
Reportagem de A Notícia tenta contato com o empresário desde sexta-feira. Ligações feitas para o número de telefone celular informado pelos funcionários caíram na caixa postal.
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