O sentimento de revolta toma conta dos moradores do bairro Guanabara, na zona Sul de Joinville, onde na última segunda-feira, uma mulher morreu ao ser atropelada com a filha enquanto tentava atravessar a faixa de pedestre que existe em frente a uma creche. Nesta terça, o sinal da creche tocou exatamente às 11h30, mas nenhuma criança saiu. O motivo, segundo moradores da região, é o fato de os pais não terem levado as crianças para a escolinha por estarem de luto.
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Segundo a administradora de empresas Mônica da Glória, pais dos alunos da creche Botãozinho de Rosa e moradores da região vão fazer um novo protesto nesta terça-feira às 17 horas. Na última segunda-feira, a rua onde ocorreu o acidente foi fechada para chamar a atenção para a falta de segurança no local.
O acidente ocorreu na rua Guanabara, na entrada da creche. Cerca de 30 metros antes da faixa de pedestre onde mãe e filha foram atropeladas, a rua faz uma leve curva e, 15 metros antes do local do acidente, existem duas placas indicando a faixa de pedestre e uma terceira alertando para a velocidade máxima permitida: 30km/h. Além das placas de trânsito, há também dois cones em cima da linha que separa as duas pistas da rua de mão dupla.
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O lavador de carros Giovane Souza Melo, 25 anos, diz que é comum os carros baterem nos cones que ficam entre as duas pistas ao alternarem entre as duas vias em busca de mais agilidade. Como a lavação de veículos em que ele trabalha fica em frente ao local do atropelamento, ele observa com frequência o movimento e os acidentes que ocorrem na via.
– Uma noite dessas eu estava trabalhando e escutei um estouro. Um Peugeot preto bateu no cone que foi parar no quintal do vizinho aqui do lado – conta ao lembrar que um vizinho também foi atropelado na mesma faixa de pedestre há uns três meses.
Já o aposentado Adolar Mira, 51 anos, mora ao lado da creche Botãozinho de Rosa e costuma utilizar outra faixa de pedestre, que fica distante 100 metros da frente da casa dele. O motivo, como ele diz, é por ter medo de ser atropelado na que é mais próxima – onde ocorreu a morte de segunda.
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– Para ir na padaria ou supermercado, não me importo de andar um pouco mais adiante e atravessar naquela lá, mas com mais segurança – diz apontando para a faixa.
Adolar acrescenta que ocorre direto brigas de trânsito devido à batidas de carros que ocorrem pelos motoristas frearem em cima da faixa e o motorista de trás bater atrás do carro da frente. Ele ainda reclama da calçada ser estreita e de não ter lugar para estacionamento para os carros dos pais da creche que acabam deixando no terreno dele. Para Adolar uma lombada eletrônica já resolveria o problema de atropelamentos e batidas no trecho da via.