Após a prisão do assessor parlamentar Sérgio Samuel, a 2ª Promotoria de Araranguá, no Sul do Estado, segue investigando o suposto esquema que cobraria para facilitar a transferência de pacientes em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento prioritário.
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Segundo a promotora Cristine Angulski da Luz, várias testemunhas foram ouvidas desde o começo da semana – na maioria, pacientes que teriam sido favorecidos ou contatados pelo comissionado.
A Operação Hígia, deflagrada na segunda-feira, investiga fraudes no sistema público de saúde no Sul de SC. A polícia e o Ministério Público (MP-SC) acreditam que cada paciente pagasse de R$ 5 mil a R$ 10 mil, em média, para diminuir o tempo de espera na fila do Sistema de Regulação Estadual (Sisreg) da Superintendência de Serviços Especializados e Regulação.
A promotora Cristine afirma que mais mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quarta-feira. Outras testemunhas devem ser ouvidas até sexta.
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Cristine acredita ainda que o funcionamento do esquema estará mais claro para a investigação até a semana que vem, e ressalta que pacientes que tenham pagado para burlar a fila também podem ser penalizados.
Deputado nega relação com esquema
Sérgio Samuel, que trabalhava com o deputado estadual Altair Guidi (PPS), foi preso na segunda-feira e exonerado na terça de seu cargo na Assembleia Legislativa estadual (Alesc). Ele está detido no Presídio Santa Augusta, em Criciúma.
O deputado conta que as funções de Sérgio Samuel na assembleia eram diversas, de “acompanhamento de pacientes a motorista”. Guidi nega qualquer conhecimento sobre o caso e diz que não entrou mais em contato com o ex-assessor após a prisão.
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Sérgio Samuel é representado pelo advogado Randerson Peruchi Ribeiro. O advogado foi localizado pela reportagem e afirma que acompanhou o depoimento do cliente na segunda-feira, mas ainda não teve acesso aos documentos da investigação. Ele deve se pronunciar em favor do cliente ainda nesta semana.
Também na segunda-feira, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) fez buscas em gabinetes da Câmara de Vereadores de Araranguá. Como a investigação segue em sigilo, o nome dos suspeitos não foi divulgado.
As acusações aos envolvidos configuram diversos crimes, como inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção passiva, falsificação de documento público e formação de quadrilha.
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