O parador P12, em Jurerê Internacional, foi inspecionado pelo teste DC de segurança contra incêndio nesta quinta-feira. O engenheiro eletricista Gilberto Vaz, convidado pelo jornal para conferir a situação do beach club, considerou a estrutura em bom estado para receber o público, até porque foi mostrado o alvará que vence só em agosto. Os vistoriadores do Corpo de Bombeiros não compartilham da mesma opinião.

Continua depois da publicidade

Engenheiro analisa estrutura da Fields

Especialista inspeciona Complexo Music Park

O P12 conta com placa de capacidade para 3 mil pessoas, com sistema informatizado de entrada, que trava no limite de público. De acordo com Vaz, a casa conta com todos os quesitos básicos de segurança, como extintores, iluminação de emergência e central de gás bem ventilada. Existem sete saídas de emergência com portas destravadas, quando o exigido é duas. Toda a decoração, desde as cortinas, grama sintética e a cobertura em palha receberam tratamento antichamas ou contam com laudo de incombustibilidade do Instituto de Pesquisa Tecnológico (IPT), de São Paulo.

– A única sugestão que tenho para dar é colocar cintas refletoras nos degraus da área próximo à piscina porque as lâminas do piso são muito claras e algum cliente pode não perceber e tropeçar – aponta o engenheiro convidado pelo DC.

Continua depois da publicidade

O que diz o Corpo de Bombeiros

Apesar de fazer parte da lista das casas irregulares apresentada na quarta-feira pelo Ministério Público, o P12 tinha o alvará de funcionamento válido. Nesta quinta, o Corpo de Bombeiros vistoriou o local e identificou uma pequena ampliação de cerca de 30 metros na área administrativa que não havia sido informada à corporação, por isso estaria inadequado. A casa deve se agilizar para adequar a situação o mais rápido o possível para não correr o risco de ser interditada, o que poderia afetar os shows nacionais do fim de semana da Banda Kid Abelha e Latino.

O engenheiro civil responsável pela segurança contra incêndio do P12 Carlos Eduardo Estrella afirmou que a mudança seria informada no pedido de nova vistoria para obtenção da licença de manutenção. Ele classificou a fiscalização dos Bombeiros como um “pente-fino” para justificar o que chama de erro de incluir o nome do parador na lista das casas noturnas irregulares.

Segundo o especialista convidado pelo DC, Gilberto Vaz, a ampliação de 30 metros na área administrativa é considerada pequena para a metragem total coberta do clube, que é de 2,83 mil m², e não traria prejuízos na segurança do local.

O teste

Com a tragédia que matou pelo menos 235 pessoas na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), o jornal abriu espaço para os donos de casas noturnas mostrarem a situação dos estabelecimentos com o objetivo de expor aos leitores as condições dos locais que escolhem para se divertir.

Continua depois da publicidade

O especialista

Gilberto Vaz é especialista em engenharia de incêndio, tem 20 anos de experiência e é diretor da Associação Catarinense de Engenharia (ACE)