A operação Monte Seguro, feita pela Polícia Civil de Santa Catarina na manhã desta terça-feira no Bairro Saco Grande, em Florianópolis, resultou na prisão de um jovem apontado como líder da organização criminosa que atua no Morro do Caju, nas proximidades da SC-401 e do Centro Administrativo do governo do Estado. Ao todo, onze pessoas foram conduzidas pelos agentes para a 5ª DP, na Trindade, e para a Delegacia de Proteção à Criança, Mulher e ao Adolescente, na Agronômica.
Continua depois da publicidade
Dos detidos, seis tinham mandado de prisão por conta da operação. Outros cinco, entre eles dois adolescentes, foram levados por porte de drogas. Os policiais tinham 15 mandados de prisão para cumprir, além de 40 de busca e apreensão. Dos procurados, sete continuam foragidos, um foi morto em confronto com a Polícia Militar (PM) na última quinta-feira e o outro foi preso na mesma ação.
Segundo os policiais envolvidos na operação, Aldonei Paim, 24 anos, um dos presos, era o responsável por liderar o grupo criminoso existente na comunidade do Caju, além de ser integrante de um facção catarinense. Ele estaria envolvido em crimes como tráfico de drogas e homicídio, de acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Ghizoni.
— A ação foi muito positiva porque vem de uma sincronia com a Polícia Militar, que agiu no mesmo local na semana passada. E agora conseguimos chegar ao cabeça dessa organização criminosa — destacou Ghizoni.
Indícios apontam, de acordo com os investigadores, que Paim ordenou ataques a bases policiais em ocorrências recentes na cidade. Em 2015, o suspeito foi preso com carros roubados em Mato Grosso do Sul. Os veículos eram de Santa Catarina. Junto, nesta ocorrência, foi detido Valdemir Fiuza Barcé, morto na última quinta-feira em confronto com a PM no Morro do Caju.
Continua depois da publicidade
— Ele é o principal líder da região. Há indícios de que ele faça parte de uma facção criminosa — comentou o delegado João Adolpho Fleury Castilho, coordenador da Central de Investigação do Continente (Cicon).
Investigação iniciou na região continental de Florianópolis
As investigações iniciaram na região continental da cidade, segundo Fleury, e depois migraram para outras regiões da cidade. Duzentos policiais civis participaram da operação. Ainda na madrugada, durante a preparação para as buscas, o secretário de Segurança Pública do Estado (SSP-SC), Alceu de Oliveira Pinto Junior, participou do ato. O secretário adjunto, Aldo Pinho D’Ávila também acompanhou o trabalho.
— Foi um sucesso a operação, com a maioria dos mandados cumpridos sem a necessidade do confronto. Isso também revelou um trabalho muito importante da inteligência pra conseguir mapear locais, horários e procedimentos para esse resultado — avalia o secretário Alceu.
Os agentes da Polícia Civil ficaram no bairro até 8h, quando a PM chegou no local para barreiras nas principais vias de acesso. A intenção é saturar o tráfico no local e evitar confrontos entre integrantes da organização criminosa que ficaram com rivais que podem tentar tomar o espaço de venda de entorpecentes nas comunidades. Alguns veículos foram abordados, principalmente entre o Floripa Shopping e as proximidades dos fundos da Decathlon.
Continua depois da publicidade
Contraponto
O advogado de Aldonei Paim, Douglas Fernando Stofela, disse que ainda não teve acesso aos autos e vai aguardar a análise do processo antes de se manifestar. Stofela afirmou que estava a par da operação.
Leia também:
Diogo Vargas: O retorno da Polícia Civil às ruas em Florianópolis