Lanchas de R$ 1 milhão navegam pelas calmas águas do rio Uruguai. Jatos executivos partem e aterrisam às centenas com empresários interessados em negociar ou investir na região. Construtoras não param de erguer prédios de luxuosos apartamentos, que encontram compradores dispostos a desembolsar até R$ 1,5 milhão por unidade.

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Os números refletem a força da economia do Oeste, uma região de 123 municípios e 1,2 milhão de pessoas que vem crescendo a uma média de 10% ao ano. O cenário de pujança econômica é a consequência de uma agroindústria competitiva, que vive um momento excelente.

Mas o Oeste não é só isso. É também tecnologia, inovação, ensino – e, agora, parte da força de Santa Catarina na elite do futebol brasileiro. Com a Chapecoense na Série A, o Oeste ganha mais um motivo para brilhar.

Marinheiros de água doce

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As balsas carregadas de madeira que partiam do Porto Goio-Ên pelo rio Uruguai deixaram, há muito tempo, de dominar as águas do Oeste. Em qualquer fim de semana, é possível observar luxosas lanchas, avaliadas em até R$ 1 milhão, que navegam em clima de festa. Depois da formação do lago da hidrelétrica Foz do Chapecó, em 2010, que elevou em 12 metros a profundidade do rio Uruguai na ponte que liga Chapecó a Nonoai, embarcações maiores passaram a fazer parte desse cenário.

Dono do Centro Náutico Faé, Rogério Faé, afirma que antes do alargamento do lago, ele cuidava de 40 barcos, com valor próximos a R$ 30 mil. Agora, são 70 embarcações, algumas chegando a cerca de R$ 1 milhão. Como compensação por ter seu centro náutico alagado na formação da hidrelética, Faé ganhou uma nova estrutura que conta com sete cabanas, bar, marina e galpão para as lanchas. Ele projeta ainda ampliar em mais 1 mil metros quadrados a estrutura.

Um dos clientes do Centro Náutico é o empresário Denílson Silva, que representa clubes de futebol da Ásia e Europa. Natural de Chapecó, Silva também começou com um barco pequeno. Em abril, comprou uma lancha com 12,5 metros de comprimento e 5 metros de largura, com teto solar, suíte, quarto e cozinha. A lancha Solara 380 está avaliada em R$ 900 mil.

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-Posso usar tanto no lago quanto na praia – diz o empresário.

Silva diz que a formação do lago permitiu navegar por 120 quilômetros, entre a barragem em Águas de Chapecó até a outra hidrelétrica, em Itá. Como reflexo do crescimento do turismo náutico, o porto Goio-Ên recebeu recentemente um evento com exposição de barcos, provas de motonáutica e apresentações de jet ski e flyboard.

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