O futuro do emprego em Santa Catarina divide especialistas: de um lado, otimistas acreditam que o melhor ainda está por vir. De outro, há os que afirmam que a automação deve fechar vagas na base da pirâmide e isso deve impactar os resultados.

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Para João Rogério Sanson, economista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), novos investimentos no Estado trazem boas perspectivas para o trabalhador mais qualificado, especialmente de áreas técnicas. Ele acrescenta que a agroindútria exportadora também pode reservar resultados positivos para o futuro da economia catarinense.

– O Estado dança junto com a economia brasileira, com influência dos principais setores exportadores. A evolução da taxa de ocupação será consequência da evolução da atividade econômica em geral.

Da mesma forma, Leandro dos Santos, sociólogo da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação de Santa Catarina, não acredita que o Estado se desvie da trajetória histórica de baixas taxas de ocupação. Segundo Santos, a tendência é de estabilidade ou mesmo redução ainda maior da taxa de desemprego.

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– A expectativa não é de um crescimento vertiginoso da economia, no entanto não há expectativa de decréscimo, então deve haver a manutenção tanto do crescimento econômico como, principalmente, do mercado de trabalho – avalia.

Automação trará impacto na indústria

Em contrapartida, Eduardo Guerini, economista e professor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), não tem uma visão tão otimista para o futuro do mercado de trabalho catarinense. Ele defende que o Estado deve estar em uma situação vantajosa em relação à media nacional, porém aos poucos o modelo catarinense será desestruturado.

– Há uma tendência de que os modelos produtivos se tornem mais poupadores de mão de obra. Nos próximos 10 anos, o mercado vai exigir maior qualificação.

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Para Guerini, a geração de empregos ainda será alta, mas com baixos salários e excesso de profissionais disputando o mercado. Marcos Bosquetti, doutor em administração e professor da UFSC, também defende que haverá uma transformação no perfil dos postos de trabalho.

– Vai aumentar e já está aumentando a demanda por profissionais mais qualificados em SC.

Para Bosquetti, se o Estado se tornar um polo de inovação, a criação de postos na indústria de base tecnológica deve compensar a redução nas vagas operacionais.

Glauco José Côrte, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), afirma que a inovação tende a reduzir empregos que tem tarefas rotineiras e repetitivas.

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– Esses postos tendem a ser reduzidos e até eliminados, mas há sempre vagas para profissionais do conhecimento. Então irá acontecer uma migração de trabalho rotineiro para os que exigem qualificação.

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