Acusado de causar um acidente que provocou duas mortes na Avenida Beira-Mar Norte, em 2002, o empresário Aroldo Carvalho Cruz Lima foi interrogado na tarde desta terça-feira, em Florianópolis, durante o júri popular realizado para o julgamento do caso.

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Em depoimento, o empresário afirmou que permaneceu por pelo menos uma hora no local do acidente, sem deixar de prestar os esclarecimentos necessários. Ele negou ter sido abordado por qualquer policial para fazer o teste de bafômetro e reforçou que não estava alcoolizado no dia dos fatos.

— Hoje eu estaria preparado para este tipo de acontecimento, poderia até orientar alguém. Mas em nenhum momento recebi qualquer tipo de orientação sobre o que fazer. Nunca fui beber em bar com os amigos. Minha vida é do trabalho para casa, da casa para o trabalho — afirmou.

No depoimento, o empresário ainda afirmou que só deixou a Avenida Beira-Mar quando o pai de Vitor, uma das vítimas do acidente, chegou ao local. A alegação foi de que não suportou ver o pai do jovem testemunhar a situação.

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Questionado pelo promotor Andrey Cunha Amorim sobre ter acumulado até 120 pontos por infrações na Carteira de Habilitação entre 1996 e 2002, o empresário argumentou que costumava ceder o carro à mulher na época. A maioria das multas, disse Aroldo, teria sido cometida pela mulher.

— Não vou dizer que 100% das multas não eram minhas, mas 95% eram dela — declarou.

Aroldo também foi questionado pelo promotor sobre um acordo judicial já feito com a família de uma das vítimas, na esfera cível. O réu confirmou o acordo, mas disse que agiu por ter sido pressionado por um advogado.

A fase de debates do júri começou por volta das 16h, com a palavra cedida ao promotor Andrey Cunha Amorim. O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que atua na defesa, vai falar ao júri em seguida.

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