A captura de 97 escorpiões amarelos na semana passada reacendeu o alerta em Itajaí sobre a proliferação destes bichos na área urbana. Com o aparecimento de novos animais da espécie tityus serrulatus, considerada a mais perigosa e letal, o número de capturas chegou a 200 somente neste ano – durante 2014 apenas 28 animais da espécie haviam sido encontrados na cidade.
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– Esse número é considerado alto, principalmente porque é no perímetro urbano. O único jeito de controlar o problema é manter o terreno limpo e organizado, sem a presença de entulhos e lixo, onde o animal possa se esconder – explica o responsável pelo controle de escorpiões da prefeitura, Marcos Antônio Cordeiro.
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Desta vez o recolhimento dos escorpiões amarelos ocorreu no bairro São Roque, em uma empresa de hortifrutigranjeiros. Cordeiro afirma que novas buscas serão feitas nesta semana na empresa e na vizinhança, até que a situação seja controlada. Os trabalhos de bloqueio são feitos à noite em função dos hábitos dos animais.
– Os escorpiões amarelos podem ter chego a cidade dentro de caminhões de mudanças, cargas de madeiras ou até mesmo de frutas e verduras, porque eles se alimentam dos bichinhos que geralmente vêm junto – afirma.
Os primeiros animais capturados em 2015 foram encontrados em janeiro no bairro Cidade Nova. Na época, 32 animais foram recolhidos no local. No dia 14 deste mês, a equipe do Núcleo de Controle de Zoonoses voltou a achar escorpiões amarelos no bairro: foram 38 recolhidos em pelo menos duas casas.
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– Somente em uma casa achamos 30 escorpiões, era um ninho – diz o responsável.
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O núcleo também capturou neste ano 14 escorpiões marrons, da espécie tityus bahiensis, na comunidade Brilhante, área rural do município onde é mais comum que eles apareçam. Em 2014, foram recolhidos 307 escorpiões em Itajaí: 279 marrons e 28 da espécie amarela.
– Tanto a espécie amarela como a marrom são consideradas muito perigosas, mas o escorpião amarelo é mais agressivo. A picada causa uma dor intensa e a pessoa deve procurar ajuda imediatamente em um hospital, e se possível levar o animal junto – afirma Cordeiro.
Os casos podem se agravar mais rápido se a picada for em crianças ou idosos.
Cuidados
Na maioria dos casos não há como impedir a chegada dos escorpiões à cidade, por isso a única forma de prevenção é evitar a proliferação da espécie, mantendo a limpeza das casas. O escorpião amarelo, por exemplo, consegue se reproduzir apenas com a fêmea e é muito resistente a venenos.
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Cordeiro relata ainda que os animais encontram abrigo em entulhos de obras e lixo espalhado em terrenos e quintais, se alimentando de aranhas, baratas, grilos e moscas. Em Itajaí, a situação se torna mais grave pelo hábito da população de acumular entulhos – somente em 2014 a prefeitura recolheu lixo suficiente para encher 11 mil caçambas de caminhões.
A orientação é que os moradores das regiões onde os escorpiões têm aparecido fechem as soleiras das portas, cuidem com as frestas nas paredes e mantenham os ralos vedados. Ao deitar, a recomendação é para que a pessoa inspecione a cama, os lençóis e travesseiros, além de verificar as roupas e sapatos antes de vesti-los, pois os escorpiões têm o hábito de ficar escondidos.
Quem encontrar o animal deve contatar o Núcleo de Controle de Zoonoses para que sejam feitas buscas na localidade e casas vizinhas. O telefone para contato é 3249-5571.
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Previna-se:
O que fazer
::: Vedar todas as frestas e buracos da casa
::: Não deixar roupas no chão
::: Prestar atenção em roupas e calçados antes de vestir
::: Manter a limpeza da casa e terrenos em dia para evitar o aparecimento de baratas, principal alimento de escorpiões
Onde se escondem
::: Madeiras, troncos, galhos
::: Pedras
::: Locais ao abrigo da luz
::: Ambientes úmidos
::: Vãos de muros
::: Galpões e depósitos
::: Caixas de gordura ou esgoto
::: Entulhos
::: E até mesmo em rodapés soltos dentro de casa
Se for picado
::: Limpar com água e sabão
::: Aplicar compressa morna no local
::: Não amarrar ou fazer torniquete
::: Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada
::: Não aplicar nenhum tipo de substância sobre o local da picada
::: Não ingerir álcool
::: Ir para o hospital o mais rápido possível
::: Se possível levar o animal junto
O escorpião marrom
::: Nome científico: Tityus bahiensis
::: Tamanho: 5 a 7 centímetros
::: Tempo de vida: 3 a 4 anos
::: Alimentação: baratas, grilos, aranhas e outros insetos
::: Veneno: neurotóxico, age sobre o sistema nervoso
::: Tratamento: soro antiescorpiônico
::: Onde há maior incidência: Brilhante
O escorpião amarelo
::: Nome científico: Tityus serrulatus
::: Tamanho: 7 a 8 centímetros
::: Tempo de vida: de 2 a 6 anos
::: Alimentação: baratas, grilos, aranhas e outros insetos
::: Veneno: neurotóxico, age sobre o sistema nervoso e pode causar morte por axfixia
::: Tratamento: soro antiescorpiônico
::: Onde há maior incidência: Cidade Nova e São Roque