A Vigilância Epidemiológica de Itajaí está em alerta contra os escorpiões. Em 15 dias foram capturados 74 animais, quase o dobro do recolhido ano passado. Pequenos, de hábitos noturnos e resistentes a inseticidas, a única solução para combater a infestação é a caça. Três vezes por semana, das 19h às 22h, uma equipe do Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde vistoria as residências coletando os animais. A busca está concentrada no Bairro Brilhante, onde quarta-feira foram encontrados 21, mas ainda vai passar pelo Rio Bonito e Costa Cavalcante.
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Todos os exemplares capturados até agora são da espécie marrom (Tityus bahiensis), que embora tenha veneno não letal, tem uma picada que provoca bastante dor. Vítimas costumam ter vômito, dor de cabeça e no corpo e excesso de suor. Os 40 escorpiões recolhidos ano passado eram amarelos (Tityus serrulatus), espécie letal, considerada a mais perigosa da América Latina.
O biólogo da Secretaria de Saúde, Edimar Garcia, lembra de relatos sobre o aparecimento do escorpião marrom há cerca de 10 anos na cidade, mas apenas no fim de 2010 ocorreu o primeiro registro oficial da espécie. A suspeita é que eles tenham chegado a Itajaí em caminhões de cargas, já que são originais da região Leste e Central do país. O especialista afirma que o aparecimento deles é mais comum no verão e principalmente nas zonas rurais, diferente dos escorpiões amarelos que são mais comuns na urbana.
– Eles não controlam a temperatura do corpo, por isso se protegem nos dias de inverno e nos dias mais quentes saem da toca. Enquanto dormimos eles passeiam e vice e versa – conta.
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A diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica, Rachel Marchetti, conta que o aparecimento deles na cidade ocorre em vários momentos do ano, mas nunca nessa quantidade.
– Não temos prazo para terminar o serviço, vamos caçando até que eles desapareçam. Depois, nos reprogramamos para voltar dentro de alguns meses e verificamos as condições de cada local – explica Rachel.
Caso algum escorpião seja encontrado, o morador deve entrar em contato com Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde pelo telefone (47) 3249-5571 para que o local seja vistoriado, assim como as casas vizinhas. Em caso de picada, a recomendação é que a pessoa seja levada ao hospital em até 24 horas. Se for criança, deve ser encaminhada imediatamente ao Hospital Infantil Pequeno Anjo, e adultos ao Hospital Marieta Konder Bornhausen. Nos dois locais, existe soro antiescorpiônico e profissionais capacitados para agirem nesse tipo de situação. Se for possível, o animal deve ser capturado e levado para que os profissionais de saúde possam identificar a espécie.
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– A pessoa pode dar uma chinelada no escorpião, varrer em um vidro e conservar com um pouco de álcool. Não esquecer de informar a data, endereço, nome e o telefone de quem coletou para que a gente possa entrar em contato – orienta Garcia.
Previna-se
O que fazer
l Vedar todas as frestas e buracos da casa
l Não deixar roupas no chão
l Prestar atenção em roupas e calçados antes de vestir
l Manter a limpeza da casa em dia para evitar o aparecimento de baratas, principal alimento de escorpiões
Onde se escondem
l Madeiras
l Pedras
l Locais ao abrigo da luz
l Ambientes úmidos
Se for picado
l Limpar com água e sabão
l Aplicar compressa morna no local
l Não amarrar ou fazer torniquete
l Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada
l Não aplicar nenhum tipo de substância sobre o local da picada
l Não ingerir álcool
l Ir para o hospital o mais rápido possível
Fonte: Dive SC e Edimar Garcia
O escorpião marrom
l Nome científico: Tityus bahiensis
l Tamanho: 5 a 7 centímetros
l Tempo de vida: 3 a 4 anos
l Alimentação: baratas, grilos, aranhas, e outros insetos
l Veneno: neurotóxico, age sobre o sistema nervoso
l Tratamento: soro antiescorpiônico
l Onde há maior incidência: Brilhante, Costa Cavalcante e Rio Bonito
l Acidentes em 2014: nenhum