O técnico em laboratório Jonathan Guimarães da Costa tem 22 anos e está no primeiro semestre do curso de Administração da UFSC. Na segunda semana como aluno do ensino superior no campus, foi surpreendido por dois homens armados que tentaram levar sua moto na saída da aula, na noite de quinta-feira, por volta das 22h, no estacionamento do Centro Socioeconômico. A dupla atingiu com uma coronhada a testa do estudante, que teve um corte no supercílio esquerdo.

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O local é mal iluminado e facilita a ação de ladrões. Como os assaltantes não conseguiram ligar a moto de Jonathan, roubaram a motocicleta de outro aluno que vinha logo atrás. Com medo, o aluno de administração decidiu faltar à aula nesta sexta-feira. Confira a entrevista com Jonathan:

Diário Catarinense – Como foi o assalto?

Jonathan Guimarães da Costa – Fomos dispensados no final da aula, perto das 22h. Como eu trabalho o dia todo, fui direto para a moto para ir embora, eu tava cansado. A hora que eu estava chegando a moto passei por dois gurizões e percebi que tinha alguma coisa errada. Fui direto para tirar o cadeado da moto e já chegaram dizendo ‘dá a chave da moto, dá a chave’. No começo, resisti um pouco para dar a chave, porque não mostraram a arma ainda, estava no bolso. Mas aí depois mostraram e bateram na minha cabeça. Daí peguei a chave. Só que tenho costume que sempre que paro nos lugares, faço um esquema na moto que ela não funciona. Daí quando lembrei disso, entreguei a chave e saí, me escondi por perto. Daí tentaram ligar a moto e não conseguiram. Foi a hora que jogaram no chão e roubaram de outro rapaz que estava lá também. Eles jogaram a minha no chão e outro rapaz que não percebeu a movimentação, estava conversando com um colega dele e estava se preparando para sair, como eles viram que minha moto não funcionou, pegaram a desse rapaz que estava do lado.

DC – Você fugiu do local?

Jonathan – Apontaram a arma para mim e me mandaram embora. Ameaçaram a atirar. Eu me escondi por perto, num lugar onde eu conseguia ver. Até eles falaram que estavam com uma Biz, provavelmente produto de roubo anterior, a hora que eu vi essa moto saindo e outra moto atrás eu vi que a minha não tinham levado. Voltei lá e vi minha moto no chão, tinha algumas coisas quebradas, e levaram a chave. Tive de ligar para meu pai e minha esposa para trazer uma chave reserva e ir embora.

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DC – Você se feriu?

Jonathan – Deu um corte no supercílio, até sangrou um pouco. É minha segunda semana de aula. Até hoje (sexta) não vou para a aula, porque não sei como vai estar lá. A gente fica com medo. Tu não sabes se vai para lá e vai conseguir voltar. Poderia ter levado um tiro.

DC – Falta segurança no estacionamento?

Jonathan – Onde tem o estacionamento, do lado tem uma árvore com uma mesinha embaixo. Fica bem escuro. Quase não tem iluminação ali perto. Eles estavam nessa mesinha bem no escuro de jaqueta preta e cabeça baixa. Só deram uma olhada a hora que eu passei, uma encarada. E a hora que eles foram me abordar estavam os dois com capacete na cabeça.

DC – O que você acha que precisa para ter mais segurança no campus?

Jonathan – Deveriam melhorar aquela iluminação, que é muito escuro. Deveria ter um policiamento armado, a PM ou a Polícia Federal, porque só o policial do campus não vai adiantar, porque não podem apontar arma. Todo mundo fica indefeso. Acho que deveria ter ronda constante lá dentro. É um campus muito grande.

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DC – Para desocupar a reitoria os manifestantes pediam que a reitora se comprometesse em proibir a entrada da polícia no campus. Você concorda?

Jonathan – Eu acho que é um bando de desocupados, filhos de papai, querem fumar maconha, bando de baderneiros, não trabalham. Eu trabalho o dia todo, saio do serviço e vou direto para a aula. Se eles trabalhassem, não teriam tempo para ficar pensando nessa palhaçada. Não sou contra, quer fumar maconha, droga, cada um faz o que quer da sua vida, mas vai fazer na sua casa. Não lá.