Ele prendeu dois prefeitos no Estado do Rio de Janeiro. Foi acusado de partidarismo e sofreu representação encaminhada ao ministro da Justiça. Mandou para a prisão o tio por envolvimento com caça-níqueis. Polêmico, estilo durão nas ações e muitas vezes considerado esquentado entre os próprios colegas.

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No centro da confusão ocorrida nesta terça-feira que coloca em lados opostos a UFSC e a Polícia Federal, o delegado Paulo Cassiano Júnior, 35 anos, foi proibido pela direção-geral da PF de se manifestar sobre o episódio com os estudantes e muito menos sobre as declarações que disparou contra a reitora Roselane Neckel.

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“A reitora quer transformar a universidade numa república de maconheiros”, “A UFSC é um antro da prática de crimes”, disse nos últimos dias, depois do confronto de terça-feira entre policiais e estudantes no campus de Florianópolis. Colegas afirmam que é comum agir sem meias palavras, expor o que pensa e adotar o tom forte nas abordagens.

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Há 12 anos na PF, é o atual número 2 da instituição policial em SC. Foi transferido para atuar no Estado há menos de um ano a convite do superintendente Clyton Eustáquio Xavier.

Antes, atuava como chefe na delegacia de Campos dos Goytacazes, cidade em que nasceu, no estado do Rio de Janeiro. Esteve também em Brasília na delegacia de imigração e corregedoria e no Amapá, onde foi chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes.

Os episódios mais emblemáticos que até então havia comandado foram as prisões de prefeitos que nas cidades de São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, ambas no Rio de Janeiro. A PF diz que foram casos de corrupção e compra de votos. Apesar disso, costuma afirmar ser avesso a assuntos políticos.

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As operações contra os prefeitos lhe renderam popularidade, além de uma queixa enviada por um deles ao Ministério da Justiça – diz que o procedimento foi arquivado.

Conhecedor dos meios de comunicação, afirma não ter contas nem perfis em redes sociais. Mas inspirou a criação de uma página no Facebook intitulada “Fãs do delegado Paulo Cassiano”, iniciativa que afirma desconhecer a autoria.

Cassiano é evangélico há cinco anos. Frequenta a Comunidade Evangélica Discípulo de Jesus. Visto sempre em terno impecável, gel no cabelo, também tem seus momentos de extravar. O maior deles é pelo Fluminense.

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Desde a terça-feira, tem recebido o apoio de colegas em sua sala.