O empresário Gustavo Silveira, dono da empresa de ônibus GSA, responsável pelo veículo em que estava o torcedor do Avaí morto ao ser atingido por uma pedra na madrugada desta quarta-feira, decidiu não trabalhar mais com transporte de torcidas de futebol.
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::: Torcedor do Avaí morre após ser atingido por pedra
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::: Vídeo: grupo atira pedras no ônibus dos torcedores do Avaí
Um torcedor do Avaí, identificado como João Grah, 27 anos, morreu na manhã desta quarta-feira após ser atingido por uma pedra jogada contra o micro-ônibus em que viajava de Curitiba para Florianópolis. Ele voltava a Santa Catarina após assistir ao jogo do Avaí contra o Paraná, em um grupo de 20 torcedores.
A afirmação de Silveira veio depois do episódio ocorrido na BR-101. Em entrevista ao Diário Catarinense, ele falou sobre o caso.
Diário Catarinense – Por que vocês não fazem mais viagens com torcidas organizadas?
Gustavo Silveira – Temos um histórico bem grande de problemas, de brigas – e às vezes nem acontecem danos ao próprio carro, mas de a torcida não respeitar ordens do profissional que está no volante. Hoje, a minha empresa não faz nenhum tipo de (viagem de) futebol.
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DC – E isso vale para torcida organizada e também para outros torcedores?
Silveira – Nenhum tipo de torcida, nenhum tipo de jogo. Hoje está vetado qualquer tipo de serviço relacionado a isso. Em julho, demoliram dois micros meus, tive prejuízo de quase R$ 10 mil.
DC – Essa viagem foi negociada por quem?
Silveira – Foi negociada por uma pessoa da comunidade do Avaí. Um pessoa tranquila e de boa índole. Desde a contratação até o embarque, tudo correto. Todo mundo viajou tranquilo, eu fui no embarque, cumprimentei todo mundo. O pessoal tranquilo, sem excesso de bebida alcoólica, mas foi uma pena. Lamento demais.
DC – Como está o motorista?
Silveira – Ele está bem, mas com o abalo emocional. Meu advogado está cuidando de tudo.
DC – Qual é o relato do motorista, ele viu alguém, alguma movimentação?
Silveira – Foi do nada. De cima de viaduto vieram duas ou três pedras que atingiram o veículo. Eram lajotas.
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DC – Alguma chegou a atingir o motorista?
Silveira – Na verdade, foram duas pedras. A que pegou bem em cima do motorista e não passou, bateu e voltou. E uma mais na parte inferior, que foi onde o guri estava e acabou atingindo ele.
DC – Por que o João estava ali na frente do veículo?
Silveira – Não sei o motivo. A legislação não permite o transporte de passageiros na cabine. A gente não permite isso. Pelo relato de passageiros, o celular estava ligado tocando música e ele foi lá pegar o celular. Em questão de minutos que ele ficou sentado, foi atingido. Ele não estava trafegando na cabine.
DC – Como será a partir de agora?
Silveira – A minha medida é objetiva. A minha empresa tem todos os registros para transporte rodoviário de passageiros. O carro estava todo regularizado. Vou acompanhar com o setor jurídico. O que a família precisar de mim, estou à disposição. O prejuízo financeiro que eu tive não importa nessa hora. O que eu puder ajudar, com certeza vou ajudar.
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DC – Quantas vezes você teve problemas com torcidas?
Silveira – Uns cinco ou seis problemas graves. Mas esse marcou a minha vida, a minha família.