Em coletiva de imprensa, em Curitiba, na tarde desta quinta-feira, o Ministério Público Federal do Paraná apresentou o resultado das investigações da sétima fase da Operação Lava-Jato. No total, 36 pessoas foram denunciadas (confira os nomes abaixo) – sendo 23 delas vinculadas a grandes empreiteiras. Se o juiz federal Sérgio Moro aceitar as denúncias, os investigados passarão à condição de réus no processo.

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Inicialmente, o MPF havia divulgado 35 nomes. No início da noite, a assessoria do Ministério informou que o número correto é 36, em razão de que não havia sido divulgado o nome do presidente da construtora Camargo Corrêa, Dalton Santos Avancini.

De acordo com o procurador da República Deltan Dallagnol, que coordenou os trabalhos, as empresas Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS e UTC “simularam um ambiente de competição, fraudaram a competição e, em reuniões secretas, definiam quem iria ganhar as licitações”. Conforme o MPF, elas foram responsáveis por 154 atos de corrupção – sendo 105 deles de lavagem de dinheiro.

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De acordo com o procurador, as empreiteiras denunciadas pagavam empresas de consultoria de Alberto Yousseff por serviços que nunca foram prestados. As denúncias contemplam quatro crimes: lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e organização criminosa.

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Conforme as investigações, a corrupção foi de R$ 300 milhões. O MPF pedirá indenização de R$ 1 bilhão dos denunciados, com base em documentos que foram analisados pela força-tarefa de procuradores, segundo explicou Dallagnol.

De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as investigações agora seguem em uma nova fase:

– Esse não será um trabalho de tempo rápido. Demandará ainda algum tempo para a sua completa elucidação. Meu papel aqui é dar apoio a essa nova fase que se inicia. O MPF não fala aquilo que fará, mas dá conhecimento à sociedade aquilo que fez e esclarece sua atuação.

Confira os nomes dos denunciados:

Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras

Alberto Youssef, doleiro

José Humberto Cruvinel Resende

Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da OAS

Carlos Eduardo Strauch Alberto, diretor técnico da Engevix

Dalton Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa

João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração Camargo Corrêa

Eduardo Hermelino Leite, diretor vice-presidente da Camargo Corrêa

João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida

Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente Executivo da Mendes Júnior

Carlos Alberto Pereira da Costa

Enivaldo Quadrado

Rogério Cunha de Oliveira, diretor da Área de Óleo e Gás da Mendes Júnior

Angelo Alves Mendes, diretor vice-presidente da Mendes Júnior

Alberto Elísio Vilaça Gomes

Antonio Carlos Fioravante Brasil Pierucinni

Mário Lúcio de Oliveira

Ricardo Ribeiro Pessoa, responsável pela UTC

João de Teive e Argollo

Sandra Raphael Guimarães

Marcio Andrade Bonilho

Jayme Alves de Oliveira Filho, o “Careca”, agente da Polícia Federal

Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte

José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS

Mateus Coutinho de Sá Oliveira, OAS

José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS

Fernando Augusto Stremel Andrade, OAS

João Alberto Lazarri

Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix

Newton Prado Junior, diretor técnico da Engevix

Luiz Roberto Pereira

Erton Fonseca, diretor-presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia

Jean Alberto Luscher Castro

Dario de Queiroz Galvão Filho

Eduardo de Queiroz Galvão

Waldomiro de Oliveira

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*Zero Hora