Foi entregue à Justiça a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina contendo 147 páginas contra 21 suspeitos de adulteração do leite no Estado. De acordo com o promotor Carlos Alberto Galdino, se o poder judiciário concordar com as denúncias, os envolvidos podem pegar mais de 160 anos de prisão.

Continua depois da publicidade

Leia mais:

:: Leite adulterado em SC gera apreensão em consumidores e empresas

:: Mais uma pessoa é presa suspeita de fraudar leite

Continua depois da publicidade

:: Divulgados os nomes das empresas sob suspeita de fraude do leite

As empresas são na maioria da região Oeste de SC e as denúncias estão relacionadas a 74 crimes. Dez pessoas com suspeitas de envolvimento na organização criminosa devem continuar presas durante o tramite do processo judicial.

A denúncia foi entregue ao juiz Kledson Gewehr, da Comarca de Quilombo, que vai analisar a acusação. Neste processo, estão sendo julgadas as cooperativas, técnicos, empresários responsáveis pela fraude no leite. Em um segundo momento serão investigados a responsabilidade das marcas que teriam comprado o alimento adulterado.

– É um processo complexo que envolve questões complicadas, entre 21 acusados e 74 crimes – avalia o promotor.

Continua depois da publicidade

A investigação do MPSC durou sete meses e começou após uma denuncia na cidade de Quilombo. Segundo o promotor Galdino, os denunciados são suspeitos de integrar, há pelos menos sete anos, a organização criminosa especializada na adulteração de leite. Eles devem responder por falsidade ideológica, crimes contra o consumidor e por participação em organização criminal. As irregularidades são semelhantes às investigadas e denunciadas pelo MPSC em agosto deste ano, nas Operações Leite Adulterado I e II.

Para o promotor, as empresas e os denunciados atuavam em conjunto, no que ele considera uma organização criminosa, caracterizada pela divisão de tarefas, falsificação de documentos e compra ilegal de produtos químicos. O grupo inseria informações falsas em documentos relativos à qualidade do leite, sendo que cada um exercia um papel específico na suposta organização.

Nos próximos dias o Ministério da Agricultura deve divulgar o resultado da rastreabilidade dos produtos para saber quais lotes foram comprometidos e para quais mercados eles foram enviados. Essa medida possibilitará o recall dos produtos afetados.

Continua depois da publicidade