As três operações Leite Adulterado, que prenderam 39 pessoas no Oeste catarinense, causaram apreensão nos consumidores, que começaram a desconfiar do produto que encontravam nos supermercados. Mas tanto as indústrias quanto o Ministério Público afirmam que essas ações, em vez de causar temor, têm como objetivo garantir a qualidade do leite produzido em Santa Catarina.

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– O consumidor pode ficar tranquilo pois o produto ruim não está mais chegando – disse o promotor Carlos Galdino, da comarca de Quilombo.

Outro promotor, Fabiano Baldissarelli, também observa que a maioria das empresas catarinenses são sérias e que as fraudes não chegam a 5% da produção.

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Acari Menestrina, presidente da Gran Mestri, que produz queijos finos em Guaraciaba, ficou preocupado com a repercussão nacional das fraudes, pois algumas empresas deixaram de comprar leite de SC. Menestrina destacou que estabelecimentos sérias, que primam pela qualidade da produção, estão sendo prejudicadas.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Leites e Derivados de SC (Sindileite), Valter Antonio Brandalise, destacou que as empresas suspeitas de fraude compravam leite no Estado, mas a maior parte era revendida in natura para São Paulo.

Até o produto final, mais de 300 testes são feitos

Ele destacou que as empresas associadas ao Sindileite apoiam o trabalho desenvolvido pelo Ministério Público e pelo Ministério da Agricultura. Ele considera que a fiscalização em Santa Catarina é exemplar.

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Brandalise afirma que empresas como a Tirol, da qual também é diretor, tem mais de 40 anos e uma marca a zelar. Ele disse que a empresa só usa leite de seus 9 mil associados para garantir o controle e a qualidade da produção. Os produtores recebem assistência técnica, o leite é testado no recebimento e depois novamente na indústria.

O gerente da unidade de Lácteos da Aurora, em Pinhalzinho, Celson Lermen, lembrou que a cooperativa implantou um sistema de rastreabilidade do leite. Já na propriedade os motoristas testam o leite. Todos os caminhões são rastreados por GPS. E na chegada da indústrias são feitos mais testes.

– São mais de 300 testes até o produto final – calculou Lermen.

Medidas de segurança

? Os produtores recebem orientações técnicas das empresas para fazer a higienização correta nos úberes (glândulas mamárias) das vacas e também das ordenhadeiras, além do manejo para evitar doenças nos animais.

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? No momento da coleta na propriedade, o motorista do caminhão já faz testes de acidez, temperatura e estabilidade de proteína, para indicar se o produto está em boas condições.

? Algumas empresas têm rastreamento por GPS dos transportadores de leite.

? Na chegada da indústria, são feitos novos testes, que podem detectar se houve adição de água, formol, ureia ou outros produtos químicos. Também é feito outro teste para ver se o produto manteve a temperatura resfriada durante o transporte.

? Na indústrias são feitos cerca de 300 testes durante todo o processo que monitora desde a temperatura até a integridade das embalagens que vão para os centros de distribuição, depois supermercados e consumidor.

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