O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou à Justiça três homens por homicídio qualificado, furto qualificado, roubo e fraude processual em investigação referente à chacina de Canasvieiras, em Florianópolis. No crime, ocorrido em 5 de julho, cinco pessoas – quatro delas da mesma família – foram mortas por asfixia dentro de um apart-hotel a 100 metros do mar, no bairro do norte da Ilha.

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No documento, o promotor Andrey Cunha Amorim também pede a conversão das três prisões temporárias (até 30 dias) em preventivas (sem prazo determinado). A peça foi protocolada no início da tarde desta quinta-feira. O juiz Marcelo Volpato de Souza, da Vara do Tribunal do Júri, agora vai decidir se aceita, reforma ou rejeita os pedidos do MP. Sobre o pedido de conversão das prisões em preventivas, o prazo para Volpato analisar a questão expira ao fim desta quinta-feira.

Os suspeitos de planejarem e executarem a chacina de Canasvieiras, presos ao longo do mês de agosto, são três jovens com idades entre 20 e 22 anos. Todos moradores do norte da Ilha. Os três foram denunciados por homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras foram motivo torpe, tortura e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas. Por uma das vítimas, o patriarca dos Gaspar Lemos, Paulo, de 77 anos, ser idoso, os denunciados também vão responder por esse artigo da lei.

Diferentemente do tipificado pela Delegacia de Homicídios da Capital, que enquadrou os três suspeitos apenas por homicídio qualificado, o MP denunciou-os também por furto qualificado e roubo. O furto teria relação com o sumiço do celular de uma das vítimas, relógios e aparelhos de televisão. Também foram roubados três carros dos Gaspar Lemos e cerca de R$ 10 mil em espécie.

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O último crime imputado aos acusados pelo MP é o de fraude processual, pois os suspeitos teriam tentado ludibriar os investigadores ao alterarem a cena do crime escreverem nas paredes a sigla de uma facção criminosa paulista. Os três acusados pelo crime estão presos no Complexo da Agronômica, em Florianópolis. Na denúncia, o MP cita provas testemunhais para considerar os suspeitos como autores da chacina, entre elas o depoimento da camareira de 52 anos que foi poupada da morte pelos criminosos, os quais pelo menos um deles era seu conhecido do norte da Ilha.

Entenda o caso

Cinco pessoas foram assassinadas dentro do apart-hotel Venice Beach, na rua Doutor José Bahia Bittencourt, há 100 metros do mar de Canasvieiras, na noite de 5 de julho. O caso veio à tona nas primeiras horas do dia seguinte. Foram mortos por asfixia Paulo Gaspar Lemos, 77 anos, Paulo Gaspar Lemos Junior, 51, Kátia Gaspar Lemos, 50, Leandro Gaspar Lemos, 44, e Ricardo Lora, 39 anos.

Uma camareira do hotel, que também foi amarrada pelos criminosos, conseguiu fugir, já que aparentemente foi poupada pelos bandidos. Segundo a polícia, os assassinos, três homens que entraram no hotel por volta de 16h permaneceram no local até perto da meia-noite, depois de submeterem as vítimas à intensa tortura psicológica.

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O mentor intelectual do crime teria sido o segundo suspeito preso, em 11 de agosto, em Potecas, São José. Ele e o suspeito preso em 30 de agosto são naturais de Belém, no Pará. O homem preso em Santana do Livramento, em 10 de agosto, é natural de Florianópolis e foi o primeiro a ser identificado pela equipe da Homicídios através de laudos periciais do Instituto Geral de Perícias (IGP). A partir dele, a polícia chegou aos outros dois suspeitos.