A Polícia Civil indiciou três homens por homicídio qualificado por supostamente terem executado a chacina de Canasvieiras, em que cinco pessoas – quatro delas da mesma família – foram assassinadas por asfixia dentro de um apart-hotel em 5 de julho deste ano, em Florianópolis. Os suspeitos, cujos nomes são mantidos em sigilo, estão presos desde agosto. No inquérito encaminhado à Justiça nesta terça-feira, o delegado Ênio Matos, titular da Delegacia de Homicídios da Capital, além de indiciar os três homens que têm entre 20 e 22 anos, também pede a conversão das prisões temporárias (até 30 dias) em preventivas (sem prazo determinado).

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O prazo para que o promotor Andrey Cunha Amorim e a Justiça se manifestem sobre o pedido da Delegacia de Homicídios em converter as prisões em preventivas termina no dia 8 de setembro, quando completam-se 30 dias da primeira prisão da investigação, em Santana do Livramento, na fronteira do Brasil com o Uruguai, em 10 de agosto. Como dia 8 de setembro é sábado, e o dia anterior é feriado nacional da Independência, o juiz Marcelo Volpato de Souza, da Vara do Tribunal do Júri da Capital, precisa analisar o pedido da Polícia Civil até a próxima quinta-feira, dia 6. Antes de ele decidir, o promotor Amorim, do Ministério Público (MP), dará seu parecer.

Nesta terça-feira, o inquérito da Delegacia de Homicídios da Capital está sendo digitalizado no Fórum da Capital. Em seguida, irá para a Vara do Tribunal do Júri, que o distribuirá para o promotor Amorim, titular da 37ª Promotoria da Capital. Amorim será responsável por decidir se oferece denúncia criminal contra os suspeitos, pede novas diligências, reforma o inquérito da Polícia Civil ou rejeita o conteúdo apresentado pela Delegacia de Homicídios da Capital, que considera o caso solucionado.

O delegado Ênio Matos não quis detalhar para a reportagem quais as qualificadoras recaem contra os suspeitos de executarem a chacina de Canasvieiras. Limitou-se a dizer que os homicídios são qualificados. Justificou para isso o fato de que o Ministério Público é que vai se ater a doutrina jurídica para tipificar a conduta dos supostos envolvidos, tanto que há possibilidade de algum ou alguns deles serem denunciados por latrocínio, já que além das cinco mortes, três carros, oito aparelhos de televisão e R$ 10 mil em espécie foram roubados do apart-hotel Venice Beach naquele dia 5 de julho.

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Entenda o caso

Cinco pessoas foram assassinadas dentro do apart-hotel Venice Beach, na rua Doutor José Bahia Bittencourt, há 100 metros do mar de Canasvieiras, na noite de 5 de julho. O caso veio à tona nas primeiras horas do dia seguinte. Foram mortos por asfixia Paulo Gaspar Lemos, 77 anos, Paulo Gaspar Lemos Junior, 51, Kátia Gaspar Lemos, 50, Leandro Gaspar Lemos, 44, e Ricardo Lora, 39 anos.

Uma camareira do hotel, que também foi amarrada pelos criminosos, conseguiu fugir, já que aparentemente foi poupada pelos bandidos. Segundo a polícia, os assassinos, três homens que entraram no hotel por volta de 16h permaneceram no local até perto da meia-noite, depois de submeterem as vítimas à intensa tortura psicológica.