O Congresso Técnico da Copa do Mundo movimenta, desde domingo, um esquema de segurança que envolve 13 organizações das esferas municipal, estadual e federal. O Diário Catarinense entrevistou o Major Luciano Pinho que – sob autorização do secretário de Estado de Segurança, César Augusto Grubba – explicou alguns detalhes da operação que está em ação.

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Sob orientação da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério de Justiça, o plano está sob comando da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina. No aspecto de defesa nacional, Exército, Marinha e Aeronáutica também irão trabalhar. Segundo o Major, esse é a mobilização normal de todos os eventos da Fifa no Brasil.

Confira a entrevista com o Major Luciano Pinho, porta-voz da Comissão de Planejamento da Segurança Pública

Diário Catarinense: Quais são órgãos de segurança envolvidos?

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Major Luciano Pinho: No eixo de segurança pública estão esferas federal, estadual e municipal. Na eixo Defesa, estão o exército, a Marinha e a Força Área. Não podemos abrir as missões que cada órgão irá executar.

DC: A Marinha estará monitorando as imediações do Costão do Santinho?

Major Pinho: Sim. Exército, Marinha e Aeronáutica estarão próximos. Mas não podemos dizer o que farão.

DC: Haverá um espécie de bolha de segurança no Costão do Santinho? O hotel estará cercado?

Major Pinho: Algumas áreas do Costão do Santinho não têm credenciamento e estão abertas para utilização normal, dos hóspedes e dos residentes. E outra áreas estão sob credencias do COL e da Fifa. O Costão não está totalmente blindado, ele continua suas atividades normais.

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DC: Como será a segurança na praia e no acesso do Costão à praia?

Major Pinho: Há uma ação de segurança a ser aplicada no ponto. Não muda nada para quem usa a praia diariamente. O acesso ao hotel será controlado, bem mais do que normalmente. Há também segurança privada que estará em ação.

DC: Quem estiver na praia irá identificar policiais ou eles estarão à paisana?

Major Pinho: Não posso dar detalhes. Mas só vai poder entrar no Costão quem for hóspede, funcionário ou estiver trabalhando no evento.

DC: Na portaria do hotel será da mesma forma?

Major Pinho: Sim. Tudo funciona normalmente. Mas como estamos no evento os controles serão muito maiores.

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DC: A partir de que ponto se perceberá que a segurança está mais presente?

Major Pinho: Não posso dizer. Mas desde as vias de acesso será percebido um policiamento mais intenso.

DC: Tem uma preocupação da segurança em realizar essas ações sem causar desconforto a quem está na cidade e no evento?

Major Pinho: Sim, este ponto foi levado em conta desde o primeiro momento. Aplicar os meios com parcimônia e a maior discrição possível, sem abdicar daquilo que a magnitude do evento exige.

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DC: No aeroporto, como será a segurança? Os chefes de estado serão pegos na pista de pouso?

Major Pinho: Não posso abrir essa informação. Posso dizer que há um plano de segurança no aeroporto.

DC: Sobre o trajeto do aeroporto até o Costão. Como será?

Major Pinho: Não posso te dizer como funcionará o esquema de batedores e escolta dos carros oficiais.

DC: A questão do trânsito é uma preocupação da segurança, por ser lento em alguns pontos?

Major Pinho: Não. Não preocupa. Para isso temos batedores e escolta.

DC: O jantar no P12 também terá um esquema de segurança especial?

Major Pinho: Sim. Mas não haverá prejuízos para os residentes ou turistas.

DC: Como que a segurança trabalha para evitar que ocorra desconforto para a população?

Major Pinho: O que posso te dizer é que os moradores não serão prejudicados. Os tempos foram batidos e as operações estão ensaiadas. Não haverá problemas.

DC: Desde quando essas pautas de segurança estão em testes?

Major Pinho: Começamos a trabalhar desde o dia 18 de dezembro de 2013.

DC: Quantas reuniões técnicas houve para definir esse plano?

Major Pinho: Várias. Muitas.

DC: A presença das forças armadas é comum em um evento Fifa?

Major Pinho: O evento Copa do Mundo no Brasil envolve os eixos defesa e segurança pública. Todos os órgãos estão envolvidos em todas as sedes da Copa. Como esse evento é sob tutela da Fifa, aqui tem o mesmo esquema das cidades sede, por isso a presença das forças armadas.

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DC: Se nós fizéssemos a avaliação de que a presença das Forças Armadas significa que o Estado não tem condições de dar conta do evento.

Major Pinho: Isso não seria verdade. A razão de termos aqui forças armadas e segurança nacional é porque o desenho de grandes eventos no Brasil prevê isso. Assim como foi na Bahia para o sorteio das chaves. Será assim em Florianópolis.

DC: Alguns pontos específicos. Acampamento Amarildo, alguma preocupação maior?

Major Pinho: O que posso dizer é que a Inteligência está acompanhando há bastante tempo e monitorando todos os movimentos do acampamento e outros grupos de pressão.

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DC: Alguma preocupação de que ocorra manifestações e protestos nas imediações do Costão?

Major Pinho: A inteligência está acompanhando e mapeou todos os cenários.

DC: Qual foi o ponto mais discutido na segurança para esse evento?

Major Pinho: Nenhum ponto sobrepõe outro. Nosso trabalho foi coletivo.

DC: Alguma mudança nessa última fase de preparação para o evento?

Major Pinho: O plano é muito flexível. Houve sim adaptações a todo instante.

DC: Até quando vai esse esquema de segurança?

Major Pinho: Até o final do evento.

DC: Até sexta-feira então?

Major Pinho: Até o final do evento. Todo esquema de desmontagem e desligamento. Vai até o último parafuso.

DC: É o esquema de segurança mais complexo que o Estado já montou?

Major Pinho: É complexo sim, pelo grande número de organizações envolvidas. Talvez tenha sido um dos eventos com o maior número de organizações participantes.