O aposentado Moacyr Flor lembra pouco da infância em Armazém, no Sul de Santa Catarina, cidade que nasceu e morou até os oito anos. Afinal foi em Blumenau que ele e a família se instalaram e onde Moacyr encontrou seu lugar. A identificação com a região foi imediata. Os costumes alemães, por exemplo, casam com a descendência germânica da família:
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– Eu adoro Blumenau. Viver aqui é uma dádiva. Tem tudo que eu gosto e estou enraizado. Além disso, a cidade encanta quem vem para cá – diz.
Mas sua maior paixão ele descobriu anos mais tarde. Moacyr sempre gostou muito de esportes, porém teve que deixar o futebol de lado por problemas de saúde. Conheceu então a bocha e nunca mais deixou a modalidade. Prova disso, é que atualmente, aos 69 anos, é técnico da equipe feminina de bocha de Blumenau.
Como também era sócio de diversos clubes da cidade, acabou estreitando os laços com essas organizações e há oito anos é presidente da Associação dos Clubes de Caça e Tiro de Blumenau.
Orgulhoso do local onde vive, Moacyr levou a equipe do Viver SC a quatro pontos que considera fundamentais para ilustrar um pouco do que é viver em Blumenau. Confira:
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Espaço de sabor especial

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Na entrada da Vila Germânica, a primeira coisa que chama a atenção é a arquitetura típica alemã. Não é à toa que é ali o primeiro lugar que Moacyr leva alguém que está conhecendo Blumenau:
– É um pedaço que retrata bem o que é a cidade. Neste local, encontramos gastronomia típica, cerveja e lembrancinhas – observa.
Para ele, o lugar tem um sabor especial desde 1984, na primeira edição da Oktoberfest, que é considerada a maior festa alemã das Américas e que acontece nos pavilhões do parque. Os clubes de caça e tiro também participam ativamente da festa, que em 2014 reuniu 458,5 mil pessoas. Há desfiles com carro alegórico e ainda 10 boxes com jogos tradicionais para toda a família, como tiro do pássaro ao alvo, bagatela, entre outros.
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Para Moacyr não há dúvidas: o Museu dos Clubes de Caça e Tiro é o mais bonito de Blumenau. A explicação está no estilo de construção enxaimel de 1899. Até virar museu, em 2010, no espaço funcionava o Clube Concórdia de Itoupava Central. Passar pelos cinco ambientes de exposição do local é conhecer um pouco mais da história desses clubes de lazer e confraternização que têm relação direta com a colonização da região:
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– Os clubes têm tudo a ver com a imigração alemã na região. Nove anos depois que começaram a chegar os primeiros imigrantes fundaram o primeiro clube de caça e tiro na cidade. Hoje Blumenau tem a maior concentração de clubes do mundo, são 40 no município – reforça o presidente da Associação dos Clubes de Caça e Tiro da cidade.
Herança para novas gerações

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Do centro de Blumenau, é possível avistar no alto de um morro um prédio azul em meio a árvores. Lá é o Museu da Água, que funciona na primeira estação de tratamento de água do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) da cidade, que entrou em operação em 1943. O lugar, que por muitos anos foi conhecido simplesmente como Caixa d?Água, se transformou em museu em 1999. Além de peças, equipamentos e fotos históricas, o museu possui vista panorâmica dos principais pontos blumenauenses.
– É importante porque as crianças vêm ao museu conhecer um pouco mais da história para futuramente se tornarem divulgadores da cidade – defende Moacyr.
Se depender da quantidade de visitantes (são em média 2,4 mil por mês), Blumenau terá divulgação de sobra.
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Passeio animal

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Considerada a cidade mais alemã do Brasil, Pomerode, a 30 quilômetros de Blumenau, impressiona os visitantes pela tranquilidade, charme e casas com arquitetura típica germânica. Com cerca de 30 mil habitantes, o município também tem como um dos principais pontos turísticos o Zoológico Pomerode, lugar ideal para passar um dia divertido em família, segundo Moacyr, e do qual ele guarda ótimas lembranças.
Fundado em 1932, foi o primeiro zoológico privado no Sul do Brasil. Atualmente é o maior zoo de Santa Catarina, onde vivem mais de 290 espécies, totalizando cerca de 1,4 mil animais. É comum avistar grupos escolares e famílias passeando despreocupadamente entre as jaulas.