Como oficial da Marinha, o carioca Alexandre Gonçalves da Rocha, 43 anos, navegou por toda costa brasileira, mas foi em Santa Catarina que resolveu ancorar definitivamente. Conheceu Itajaí em 1996 ao fazer o processo seletivo de praticagem. Um ano depois, a cidade do Vale do Itajaí seria sua nova casa:
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— A cidade faz parte da minha construção como pessoa. Eu gosto de fazer o que faço e aqui eu me sinto em casa — observa.
No início, o que mais chamou atenção foi a velocidade da fala e as expressões itajaienses. Chegava a pensar que não estavam falando o mesmo idioma. Hoje atua como prático nos portos de Itajaí e Navegantes e já arranha algumas gírias peculiares.
Para ele, essa vocação portuária é o que torna a região tão única. Mesmo depois de 19 anos, ele ainda se admira com a relação estreita da população com a atividade. Prova disso, é a presença constante de pessoas observando a movimentação de navios do Molhe Sul do Porto de Itajaí.
— A cidade cresceu, mas a alma é de pescador. Além disso, itajaienses lidam de maneira mais leve com as adversidades — resume.
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Alexandre mora atualmente em Balneário Camboriú, mas também se diz apaixonado por Itajaí. Hoje, o prático também serve como uma espécie de guia da região para trabalhadores que chegam nos navios e querem conhecer o que há de melhor na cidade. Na lista dele não pode faltar o Mercado Público e a Igreja Matriz de Itajaí.
Janela para o mundo
Mesmo depois de 19 anos vivendo na região, Alexandre da Rocha ainda se surpreende com a relação estreita do povo itajaiense com a atividade portuária. Prova disso, é a presença constante de pessoas observando a movimentação de navios do Molhe Sul do Porto de Itajaí.
Ao passar por ali navegando, é comum ver gente acenando e interagindo com os homens do mar, que ali “deixam de ser invisíveis”.
– Esse lugar faz parte do patrimônio emocional da cidade. O porto é uma janela de Itajaí para o mundo e eu tenho orgulho de trabalhar para abri-la.
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O prático ainda lembra quando estava em treinamento e um navio encalhou em 1997. O molhe ficou lotado de pessoas querendo ver o gigante e ambulantes vendiam churrasquinho e pipoca, foi um verdadeiro evento. Ao caminhar pelo Molhe Sul, pode-se observar de um lado pescadores e do outro surfistas, que aproveitam a onda que quebra diferente naquele local. Às vezes, aparecem botos, que completam o cenário.
Alma peixeira
Graças à influência açoriana, os itajaienses são conhecidos como peixeiros. Essa característica aparece no sotaque apressado e cheio de expressões próprias, nos costumes, na atividade econômica e, é claro, na gastronomia.
– A cidade cresceu, mas a alma é de pescador – resume.
Para comer um prato típico, comprar artesanato, apreciar um café ou uma música, a pedida é o Mercado Público da cidade, conhecido como Mercado Velho. Foi inaugurado em 1917, mas um incêndio danificou a estrutura que teve que ser completamente restaurada 19 anos depois da inauguração.
Hoje turistas e moradores lotam o espaço, principalmente aos sábados, para curtir apresentações culturais. Outro ponto de encontro é o Mercado do Peixe, que fica ao lado. O prático acredita que o espaço com restaurantes e peixarias é o grande destaque e se identifica com os pescadores, a quem chama de irmãos de profissão.
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Aventura e bela paisagem
Que tal um lugar que reúne adrenalina, belas paisagens e uma vista panorâmica de Itajaí e Balneário Camboriú? Isso é possível no Morro do Careca, praticamente na divisa entre as duas cidades. Lá tem uma plataforma para decolagens de voos com parapente, vista para a praia Brava, em Itajaí, à esquerda, e à direita a praia Central, em Balneário Camboriú. O cume do morro está a 104 metros acima do nível do mar. Além da área para decolagem de esportes de aventura, o Complexo Turístico Morro do Careca conta com mirante, estacionamento e acesso asfaltado.
Arquitetura que impressiona
É comum que, ao receber um comandante de alguns dos navios que atracam nos portos da região, Alexandre sirva como uma espécie de guia. Um dos locais onde ele costuma levar os visitantes é a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento, no centro de Itajaí. A arquitetura da construção de 1955 impressiona os turistas. Para ele, a magnitude da igreja reflete o desejo da cidade de ser grande já naquela época e retrata o poder das famílias itajaienses. Nos vitrais, inclusive, estão estampados os nomes das famílias ou empresas que patrocinaram aquela obra.