O Ministério Público Federal (MPF) tem de cinco a 15 dias para se manifestar sobre a petição protocolada pela prefeitura de Florianópolis na segunda-feira, que pede a suspensão da execução da sentença determinando a desocupação de uma faixa de 30 metros no entorno da Lagoa da Conceição.

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Nesta terça, o juiz da Vara Ambiental da Justiça Federal de Florianópolis, Marcelo Krás Borges, intimou o MPF a dar o parecer sobre os argumentos apresentados pela prefeitura (veja todos eles abaixo), antes de decidir se aceita o pedido do município. O MPF tem cinco dias, mas como se trata de processo eletrônico o prazo só começa a contar a partir da abertura do documento (que tem prazo de 10 dias).

A decisão pode sair no mesmo dia do envio do parecer. A petição apresentada pela prefeitura é uma ação de exceção de pré-executividade, aplicada quando o defensor argumenta, antes da execução da sentença, para demonstrar a falta de condições para cumprimento das medidas.

No documento protocolado na segunda-feira, o Município justificou que a Justiça Federal não é competente para julgar o caso e, sim, a estadual, com base em parecer de 2005 do Supremo Tribunal Federal. Também sustenta que o MPF, como autor da ação, deveria indicar pontualmente quais imóveis desobedecem à lei federal e pede, com base em decisão anterior do Superior Tribunal de Justiça, a extinção da sentença em decorrência da consolidação no tempo da situação dos imóveis do entorno da Lagoa.

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Número de imóveis impactados pode chegar a 3 mil

Os moradores da Lagoa da Conceição vão se reunir novamente na segunda-feira à noite, na Sociedade Amigos da Lagoa, para tentar entender os impactos da medida. No próximo dia 7, quando a prefeitura organiza no mesmo local uma audiência com a comunidade, os moradores devem eleger representantes que vão ajudar a expor a situação à Justiça Federal, no dia 13 de agosto, em audiência conciliatória da prefeitura com o MPF, para apresentar o cronograma de cumprimento da sentença.

Veja como foi a reunião dos moradores da Lagoa segunda à noite:

O MPF exige o levantamento das ocupações situadas em faixa de marinha, numa faixa de 30 metros no entorno da Lagoa da Conceição. Pede que a prefeitura identifique quem tem alvará e adote providências para a abertura de acessos às margens e uma faixa de 15 metros para circulação de pedestres. Em levantamento preliminar da prefeitura, 923 imóveis seriam impactados pela decisão. Mas, segundo o procurador-geral do Município, Alessandro Abreu, o número pode chegar a 3 mil.

Veja na íntegra os argumentos usados pela prefeitura para questionar a sentença:

Entenda o impasse: