O Ministério da Saúde afirmou, através da assessoria, que irá enviar ao Estado, ainda nesta semana, 19.560 doses da BCG, vacina contra as formas graves de tuberculose e que deve ser aplicada em todos os recém-nascidos. Segundo o Ministério, a quantidade de doses atende a demanda mensal. O volume é o mesma da última remessa, enviada dia 8 de abril. A Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive) afirma que enfrenta problemas no fornecimento desde novembro, devido a complicações no repasse pelo Ministério. Antes do impasse chegaram a ser enviadas cerca de 40 mil doses da vacina a SC por mês, porém a quantidade foi reajustada para 25 mil doses mensais.
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– É a vacina com a maior perda em função da validade – afirma Luciana Amorim, coordenadora da divisão de imunização da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive).
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Segundo dados da Dive, a Grande Florianópolis, por exemplo, recebeu 4.250 doses entre janeiro e abril de 2015, sendo que foram aplicadas 2.268 doses. A falha dos equipamentos, em função de falta de luz, por exemplo, causou a eliminação de 340 doses.
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– A perda está muito alta. O ideal é agrupar as crianças para otimização da vacina – explica.
O Ministério orienta os gestores locais a agendarem a aplicação das vacinas, a fim de otimizar o uso das doses e minimizar perdas. Um frasco é suficiente para vacinar 10 crianças, sendo que depois de aberto tem duração de seis horas.
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Tire suas dúvidas sobre a vacinação
Segundo o Ministério, o fornecimento da vacina foi prejudicado no início do ano, porque o laboratório Fundação Athaulfo de Paiva (FAP), que produz a vacina BCG no Brasil, oferecida ao SUS, teve no mês de dezembro problema com o processo produtivo, com a intermitência no abastecimento da água e a adequação às exigências para a Certificação de Boas Práticas de Produção.
Andréa Benincá de Almeida, médica pediatra e especialista em vacinas do Laboratório Médico Santa Luzia, afirma que a BCG é uma das primeiras vacinas dadas ao recém-nascido:
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– O ideal é dar o quanto antes para imunizar melhor. A forma grave da tuberculose tem tendência maior de ocorrer em crianças de até quatro anos – diz.
Andréa lembra que crianças com menos de dois quilos ou portadoras de HIV não podem ser imunizadas.
Secretaria de saúde de Florianópolis notificou o MP/SC
A Secretaria de Saúde de Florianópolis notificou o Ministério Público de Santa Catarina sobre o desabastecimento da vacina BCG, registrado nesta semana. No ofício, o secretário Daniel Moutinho Junior solicita apoio do Ministério Público para que atue junto aos órgãos competentes e garanta às crianças de Florianópolis o direito básico de vacinação. Florianópolis aplica BCG em quase 10 mil crianças por ano, entre a vacinação nas maternidades e nas unidades de referência do município.
Em nota, a Secretaria informa que, enquanto a situação não voltar ao normal, é importante que as mães procurem uma das unidades de referência do município para cadastrarem os recém-nascidos. Assim que os estoques foram regularizados pelo Ministério da Saúde o município fará a busca ativa dos pacientes para que seja feita a imunização.
A assessoria do MP/SC, informou que o promotor Marcílio de Novaes Costa, da 10ª Promotoria de Justiça da Capital, está vendo a possibilidade de outros municípios enviarem vacinas enquanto as doses não chegam à cidade. O procedimento é extrajudicial.
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Vacina BCG
Como é aplicada?
Por via intradérmica (injeção sob a pele) de preferência no braço direito. É necessária somente uma dose da vacina.
Quem deve tomar?
Todas as crianças.
Quando é preciso tomar a vacina?
Após o nascimento, na maternidade, em apenas uma dose.
Quais os benefícios da vacina?
Proteção contra as formas graves da tuberculose, doença contagiosa, produzida por bactéria que atinge principalmente os pulmões e que, se não tratada, pode provocar sérios problemas respiratórios, emagrecimento, fraqueza e até levar à morte.
A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de tosse, espirro ou fala. Os principais sintomas são febre ao final do dia, tosse, fraqueza, cansaço e perda de peso.
Fonte: Ministério da Saúde