Com sorriso no rosto no colo da mãe, a pequena Isadora Zarte, de 1 ano e seis meses, esperava na fila para tomar a vacina contra a gripe pela primeira vez na Unidade de Saúde do Saco Grande. A mãe Thaís Palhano resolveu trazer a filha logo no primeiro dia da campanha. Isadora foi valente, chorou um pouco mas logo em seguida já estava sorrindo novamente.
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– É bom para a prevenção, pois estou procurando creche para ela e tem muito contato com as outras crianças gripadas. Ela quase não fica doente – disse Thaís.

Isadora foi tomar a vacina no primeiro dia de campanha
Foto: Diórgenes Pandini / Agência RBS
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Começou nesta segunda a campanha de vacinação, e a meta no Estado é vacinar 80% das 1,6 milhão de catarinenses que fazem parte da população-alvo. Estes grupos -crianças de seis meses a cinco anos incompletos, pessoas acima de 60 anos, mulheres grávidas, mulheres que tiveram filho há menos de 45 dias (puérperas), indígenas aldeados, profissionais da saúde e todos as pessoas relacionadas ao sistema prisional e portadores de doenças crônicas – receberão a imunização até o dia 22 de maio gratuitamente nos postos de saúde de Santa Catarina.
Quem não faz parte desse grupo pode procurar clínicas privadas para tomar a vacina, que não tem contraindicação. O preço médio é de R$ 80 na Grande Florianópolis.
Perguntas e respostas:
Quais são os vírus que a vacina protege?
A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no inverno passado que são: Influenza A (H1N1); Influenza A (H3N2) e Influenza B.
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A vacina contra gripe imuniza contra resfriado?
Não, pois o resfriado é diferente de gripe. A vacina não imuniza contra o resfriado causado por outros vírus.
Há alguma contraindicação da vacina?
A vacina só não é recomendada para quem tem alergia à proteína do ovo _ usada na sua fabricação.
A vacina contra a gripe causa algum efeito colateral?
Não. A vacina usada na campanha contra a gripe é segura e bem tolerada. Em poucos casos podem ocorrer manifestações de dor no local da injeção ou endurecimento. Isso pode ser associado a erro técnico de aplicação. Além disso, as pessoas que não tiveram contato anterior com os antígenos – substâncias que provocam a formação de anticorpos específicos – podem apresentar mal-estar, mialgia ou febre. Todas estas ocorrências tendem a desaparecer em 48 horas.
Vou ficar gripado após me vacinar?
Não. A vacina contra a influenza (gripe) é inativada, contendo vírus mortos, fracionados ou em subunidades não podendo, portanto, causar gripe. Quadros respiratórios simultâneos podem ocorrer sem relação causa-efeito com a vacina.
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A vacina contra a gripe tem o mesmo efeito que um antigripal?
Não, a vacina previne contra a gripe e o antigripal é um medicamento para o alívio sintomático da gripe, usado para reduzir os efeitos causados pela doença.
Por que nem todo mundo recebe vacina gratuitamente? Quais os critérios de distribuição?
A vacina de influenza tem por objetivo evitar os casos graves e os óbitos, e não eliminar a transmissão do vírus. Por isso, o Brasil, assim como todos os países que usam essa vacina, segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar os grupos com maior vulnerabilidade para as complicações e os óbitos. Na sua grande maioria, os casos de gripe são casos leves e que se resolvem espontaneamente sem sequelas ou complicações. Entretanto, nos grupos mais vulneráveis, o caso pode se complicar e gerar outras doenças graves, como a pneumonia bacteriana.
Quem deve receber a vacina?
Os grupos prioritários são recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e fazem parte da estratégia do Ministério da Saúde. O público-alvo desta campanha são pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, mulheres no período de até 45 dias após o parto (em puerpério), crianças entre seis meses e menos de 5 anos de idade, profissionais de saúde, indígenas, pessoas privados de liberdade, além dos doentes crônicos e transplantados.
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Quem está dentro do grupo de doentes crônicos?
O grupo é formado por pessoas: que tenham HIV/Aids; transplantados de órgãos sólidos e medula óssea; doadores de órgãos sólidos e medula óssea devidamente cadastrados nos programas de doação; imunodeficiências congênitas; imunodepressão devido a câncer ou imunossupressão terapêutica; comunicantes domiciliares de imunodeprimidos; profissionais de saúde; cardiopatias; pneumopatias; asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas; diabetes mellitus; fibrose cística; trissomias; implante de cóclea; doenças neurológicas crônicas incapacitantes; usuários crônicos de ácido acetilsalicílico; nefropatia crônica/síndrome nefrótica; asma e hepatopatias crônicas.
Doentes crônicos devem se vacinar a onde?
Em qualquer um dos 1700 postos de vacinação em todo o Estado. Antes, a vacinação do grupo era só era feita nos Centros de Referencias de Imunobiológicos Especiais (CRIE). É importante que os doentes crônicos apresentem uma prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes já cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) devem se dirigir aos postos em que estão cadastrados para receberem a vacina. Se na unidade de saúde onde são atendidos regularmente não existir um posto de vacinação, os pacientes devem solicitar prescrição médica na próxima consulta.
Por que crianças com menos de seis meses não serão vacinadas?
A vacina disponível atualmente não é recomendada para o grupo de menores de seis meses em razão de não haver estudos que demonstrem a qualidade da resposta imunológica, ou seja, a proteção não é garantida.
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Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?
Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação, e apresenta, geralmente, duração de 6 a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre após 4 a 6 semanas após a vacinação.
Onde está sendo realizada a vacinação?
Em 1700 postos de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) espalhados em todo o Estado. Estes postos estão situados em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Recomendamos buscar o mais próximo de sua residência.
Qual é o período de vacinação?
Entre 4 e 22 de maio de 2015. No sábado, dia 9 de meio todos os postos de saúde estarão abertos também para vacinação da população. Neste sábado haverá o Dia D de Mobilização Nacional. O horário de funcionamento é das 8 às 17 horas, podendo ser alterado conforme definição da Secretaria Municipal de Saúde de cada localidade.
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Por quanto tempo dura a imunização pós-vacina?
Dura de 6 a 12 meses.
É obrigatório apresentar a caderneta de vacinação?
Não é obrigatória a apresentação da caderneta de vacinação, mas este documento é necessário para atualização de outras vacinas do calendário de vacinação.
Quem se vacinou no ano passado, precisa se imunizar de novo?
Sim, a imunidade dura – após a vacina – de 6 a 12 meses. A composição da vacina e produção é anual, e pode mudar conforme os vírus que circularam no ano anterior.
Qual a diferença entre a gripe comum e a influenza A (H1N1)?
São causadas por diferentes subtipos do mesmo vírus da influenza. O subtipo A (H1N1) produziu a pandemia de 2009 e continua circulando como mais um dos subtipos do vírus da influenza. Os sintomas da gripe comum e H1N1 são parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. O importante é que a pessoa que apresentar algum desses sintomas procure o serviço de saúde para receber o tratamento com o antiviral Oseltamivir, quando indicado.
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Resfriado comum e síndrome gripal são a mesma coisa?
Não. O resfriado comum é também chamado de coriza aguda e caracteriza-se pela inflamação das vias aéreas superiores, com obstrução nasal e/ou tosse. Geralmente a pessoa com resfriado não tem febre. A síndrome gripal é a doença aguda (com duração máxima de cinco dias), com febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta e também com infecção aguda das vias aéreas superiores (faringe, laringe, amídala e traqueia)
Como ocorre a transmissão?
O vírus é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou do espirro e, principalmente, pelo contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas ao se tocar superfícies contaminadas e depois levar a mão ao rosto.
Quais as medidas de proteção para a população não vacinada?
Para se prevenir, as pessoas devem ser orientadas a tomar alguns cuidados de higiene como: lavar bem, e com frequência, as mãos com água e sabão; evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; não compartilhar objetos de uso pessoal e, ainda, cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
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