Esta é a última semana de campanha e ainda falta vacinar 450 mil pessoas para que a meta de vacinação contra a gripe atinja 80% da população-alvo considerada em risco em Santa Catarina.
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A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) alertou, nesta segunda-feira, para os baixos índices mesmo após duas semanas do início da campanha. Até o final da tarde de segunda, a cobertura da vacina na população-alvo era de 50%.
– Esse ano não tivemos uma circulação intensa do vírus e aí, infelizmente, as pessoas esquecem da vacina – afirma o superintendente de vigilância em Saúde da Secretaria Estadual, Fábio Gaudenzi.
A diretoria reconhece que ocorre uma diminuição nos números a partir de 2012, pelo menor número de casos graves. Em 2015, por exemplo, foram apenas 14 casos considerados de maior seriedade decorrentes da doença.
Visor: atraso das vacinas adia campanha
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Tire suas dúvidas sobre a vacinação
O maior problema da baixa adesão é que pode ocorrer um surto da doença no inverno sem que a população esteja devidamente imunizada. Desde 2010, Santa Catarina sempre atingiu a meta de vacinação, o que pode não ocorrer este ano.
A Dive tem feito apelos e reforçado a importância de buscar um posto de saúde para se vacinar dentro do período da campanha.
Podem tomar a vacina gratuitamente nos postos de saúde crianças a partir de seis meses de idade e menores de cinco anos, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), pessoas com 60 anos ou mais, profissionais da saúde e indígenas.
– A vacinação protege contra as formas graves de influenza. Quanto menor o número de vacinados, maior o número de pessoas suscetíveis à doença – ressalta a gerente de imunização da Dive, Vanessa Vieira da Silva.
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Atenção para boatos e informações falsas na internet
Circulam nas redes sociais relatos de que a vacina contra a gripe teria um volume excessivo de mercúrio e outras “desinformações”, relata o superintendente de vigilância, Fábio Gaudenzi. De acordo com ele, as informações são falsas. A única contraindicação é para pessoas com alergia ao ovo, pois ele é utilizado na fabricação.
– Muitas pessoas que sabem que trabalho na área vêm me perguntar quando recebem os boatos – admite Gaudenzi.
As vacinas devem ficar disponíveis mesmo depois de sexta-feira, quando acaba a campanha. Mas leva cerca de duas semanas para o corpo produzir as defesas contra o vírus.
A meta da Secretaria estadual de Saúde é vacinar 80% dos 1.590.852 catarinenses que compõem o público-alvo. O objetivo é evitar casos como o ocorrido no último dia 11 de maio. Nessa data, foi registrada a primeira morte por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo vírus Influenza A (ou H1N1), de um homem de 57 anos, em Videira.
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Contraindicações
A vacina não é recomendada para pessoas com alergia ao ovo, pois ele é utilizado na fabricação da vacina, e também é contraindicada para quem já teve reação anafilática ou alérgica à vacina.
Categorias de risco clínico com indicação para vacina contra influenza:
Doença respiratória crônica
Doença cardíaca crônica
Doença renal crônica
Doença hepática crônica
Doença neurológica crônica
Diabetes
Pacientes imunodeprimidos
Obesos grau III
Transplantados
Portadores de trissomias: Síndrome de Down, Síndrome de Klinefelter, Sídrome de Wakany, dentre outras.
Segurança
A vacina usada na campanha contra a influenza é segura e bem tolerada. Em poucos casos podem ocorrer manifestações de dor no local da injeção ou endurecimento. Um pequeno número de pessoas vacinadas pela primeira vez podem apresentar mal-estar, mialgia ou febre. Todas essas ocorrências ocorrem em número bem pequeno de indivíduos, são leves e tendem a desaparecer em 48 horas. A vacina contra a influenza (gripe) é inativada, contendo vírus mortos, fracionados ou em subunidades não podendo, portanto, causar gripe.

Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?
Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação, e apresenta, geralmente, duração de 6 a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre de 4 a 6 semanas após a vacinação.
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Como evitar a gripe?
Lave e higienize as mãos com frequência, principalmente antes de consumir qualquer alimento. Ao tossir ou espirrar, proteja o rosto com um lenço ou o antebraço. E evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
Sobre a gripe
A gripe é uma doença grave causada pelo vírus influenza, que é transmitido a partir das secreções respiratórias, podendo sobreviver por minutos no ambiente, sobretudo em superfícies tocadas frequentemente. Os sintomas iniciais são febre alta, dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e persiste por cerca de três dias.
O vírus influenza possui grande variabilidade de seu material genético, podendo apresentar três tipos e inúmeros subtipos. Os tipos A e B são os que mais causam doenças no ser humano. O influenza A é subtipado de acordo com as partículas que existem em sua superfície, sendo nominado com as letras H e N (Hemaglutinina e Neuraminidase), por exemplo: H1N1, H3N2, H5N1, H7N9.
Todos estes são subtipos distintos do vírus influenza e que podem variar suas características de agressividade. Os vírus influenza A que está circulado com mais intensidade nos últimos anos são o subtipos H3N2 e o H1N1, que são de linhagens distintas (não são mutações um do outro), e ambos têm potencial de causar doença grave.
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