O projeto de um metrô de superfície se somará às 12 propostas a serem avaliadas pelo governo do Estado como medidas para resolver o problema de mobilidade urbana na ligação entre a Ilha e Continente. A ideia foi apresentada nesta terça-feira pelo secretário de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, Renato Hinnig, ao governador Raimundo Colombo.
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Pelo projeto, o metrô ligeiro de superfície teria um trem circulando a cada 10 minutos nos 37 km de trecho, passando pela Avenida Beira-Mar, Avenida Mauro Ramos, fazendo a volta pelo Norte da Ilha, seguindo para o Bairro Trindade até o Aeroporto Hercílio Luz.
O transporte carregaria cerca de 90 mil passageiros por dia. A empresa portuguesa Logistel é a responsável pelo projeto. Segundo o administrador da empresa, Albino Pedrosa da Silva, o trecho da BR-101 entre Barreiros, em São José, – nas proximidades da Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa) – até o Terminal de Integração Central (Ticen) seria cumprido em cerca de 12 minutos.
O metrô de superfície, ou veículo leve sobre trilho (VLT) é um pequeno trem urbano, geralmente movido a eletricidade. Seu tamanho permite que a estrutura de trilhos se encaixe no meio urbano existente.
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A proposta prevê a redução dos 120 mil veículos que circulam na ligação entre Ilha e Continente em 35% a 45%. Com a construção do contorno viário da Grande Florianópolis – projeto da Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) que aguarda licença ambiental para ser executado pela Autopista Litoral Sul -, e a instalação do transporte marítimo o percentual subiria para 50%.
Para o secretário, a possibilidade da construção de uma quarta ponte também não é descartada. Em uma segunda etapa, a linha poderia ser estendida para São José, Biguaçu e Palhoça.
Hinnig afirma que a tarifa do metrô não seria maior do que a do transporte coletivo. A ideia é que as estações instaladas entre o trecho favoreçam o acesso a outros modais, dessa forma, o usuário não pagaria duas passagens. A previsão é que as paradas tenham estacionamentos para que os passageiros possam deixar o carro e seguir de metrô. O usuário pagaria um valor que seria usado na manutenção do transporte.
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Em fevereiro deste ano, a Logistel já havia demonstrado a intenção de fazer um projeto para Florianópolis. Independentemente, a empresa portuguesa procurou a Assembleia Legislativa para mostrar a ideia. A empresa, que já executou projetos na China e Angola, pretende apresentar também uma proposta para reativar o transporte de passageiros na Rodovia Tereza Cristina no Sul do Estado.
Novas propostas poderão ser encaminhadas na próxima semana
O projeto integrará o segundo pacote de propostas, cuja apresentação será lançada na próxima semana, em data a ser definida, pela SC Parcerias. Pelo projeto conceito feito pela empresa portuguesa especialista em soluções de logística e transporte Logistel, a primeira etapa da linha do metrô teria 37 km ligando a Ilha ao Continente. O custo seria de 750 milhões de dólares, cerca de R$ 1,5 bilhão. De acordo com Hinnig, a ideia é que o governo gaste o menos possível na execução da obra e consiga apoio da iniciativa privada.
Esta não é a primeira vez que um projeto de metrô de superfície surge como uma possível solução para o trecho. Em maio de 2011, o governo do Estado assinou um contrato de R$ 6,44 milhões com a Prosul, empresa que faria o estudo de viabilidade do projeto, que passaria sobre a a Ponte Hercílio Luz. Hinnig disse apenas que o estudo não seguiu adiante e o governo resolveu abrir espaço para manifestação de propostas à comunidade.
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A nova proposta apresentada ao governador tem três possibilidades: construir a passagem dos trens entre as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, usar uma pista de cada ponte para a instalação dos trilhos ou ainda instalar a estrutura para o metrô em um nível acima das duas pontes. Para o administrador da Logistel, Albino Pedrosa da Silva, o mais viável seria a construção no vão entre as pontes. O secretário regional estima que a construção da primeira fase começaria em dois anos após a tomada de decisão do governo pelo projeto.
Em julho, 12 propostas de quarta ligação entre Ilha e Continente foram apresentadas ao Estados. As ideias têm esboços de obras com custos entre R$ 500 milhões a R$ 2 bilhões e parte delas preveem pedágio. Duas delas propõem a construção de uma ponte para carros e ônibus no vão entre a Pedro Ivo e Colombo Salles. O cronograma prevê o lançamento do edital da Parceria Público Privada (PPP) para a execução de um dos projetos em dezembro de 2013.