Os metalúrgicos de Itajaí que estão em greve desde segunda-feira voltarão a negociar com os patrões na próxima semana. Nesta sexta-feira, eles fizeram uma manifestação diante da Intersindical e chegaram a quebrar objetos no local.
Continua depois da publicidade
Mesmo com toda a mobilização e pressão dos trabalhadores, não houve acordo com o sindicato patronal e a negociação deve continuar na segunda-feira. Conforme o presidente do sindicato da indústria metalúrgica em Itajaí, Maurício Pereira, os trabalhadores em greve servem especificamente à construção de módulos para plataformas de exploração de petróleo.
– Ficou estipulado que o assunto será discutido na segunda-feira com o sindicato da construção naval – explica.
A reunião, que terá a participação de Pereira, ocorrerá às 10h de segunda-feira. Até lá, as empresas já devem ter entrado em acordo sobre uma proposta de reajuste e o valor será apresentado aos metalúrgicos.
Continua depois da publicidade
– Eles quebraram quadro, jogaram bomba de água mineral da janela da Intersindical, querem nos fazer ceder na pressão, mas isso não vai acontecer – disse Pereira.
De acordo com o presidente do sindicato da indústria da construção naval de Itajaí e Navegantes, Carlos Teixeira, a negociação com os trabalhadores está em curso e a entidade pretende resolver a situação da melhor forma possível.
– Essa greve ocorreu num período em que os sindicatos estavam negociando. Não existe impasse, as indústrias vão conceder o reajuste, apenas queremos sentar e discutir os números e índices dentro da realidade – explica.
Continua depois da publicidade
Teixeira diz que a paralisação dos trabalhadores fugiu do controle e que as indústrias não vão negociar com uma comissão de empregados, apenas com o sindicato.
– Bloquearam a Intersindical que não tem nada a ver e houve ameaça, inclusive. Esse pessoal que está se manifestando é de fora e fez exigências absurdas. Temos a plena disposição para resolver e vamos resolver, mas em termos civilizados – afirma.
O presidente Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Material Elétrico e de Construção Naval de Itajaí e Região, Oscar João da Cunha, ressalta que o movimento permanece enquanto não houver um consenso e na segunda uma nova paralisação está marcada.
Continua depois da publicidade
– Eles não adiantaram muita coisa, mas não vi evolução na nossa caminhada. Eles prometeram aumento real e ofereceram 1%. Esmola nós não queremos.
Sobre a pressão para que os sindicatos patronais aprovem logo o reajuste, Cunha diz que ela continuará:
– Nós estamos negociando desde fevereiro e não chegamos a um ponto, talvez com pressão resolvemos – avalia.
Continua depois da publicidade
A Polícia Militar acompanhou a manifestação de sexta-feira e chegou a interromper o trânsito na rua Samuel Heusi, perto da sede da Intersindical, onde categoria e patronal negociavam. Apesar dos ânimos exaltados, não houve ocorrências mais graves.
Entenda a greve
Mais de mil metalúrgicos, segundo o sindicato, estão paralisados desde segunda-feira. O grupo, que trabalha em uma empresa e um consórcio de fabricação de plataformas para extração de petróleo, reivindica reajuste salarial aproximadamente 12% de aumento real. O sindicato patronal propôs que o acréscimo fique em 6,62% (5,62% das perdas com a inflação e 1% de ganho real).