Na catástrofe de 2008 cerca de 2,1 mil imóveis foram danificados ou destruídos pelos deslizamentos de terra e 25 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em Blumenau. Para a doutora em Psicologia Social e professora da Furb Catarina Gewehr, a tragédia passou a fazer parte da experiência do morador da cidade e a memória do fato afeta diretamente o estado emocional de quem vive em Blumenau. Por ser uma lembrança de perda, ela acaba gerando desconforto:
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– A memória é um processo psicológico básico e afeta diretamente os processos de linguagem e cognitivos. Ela atua com processos perceptivos, ou seja, a pessoa pode passar em frente a um local que ocorreu um deslizamento e a memória, nesse caso, se torna um disparador de estados emocionais. O agir das pessoas fica fragilizado.
::: Confira o especial sobre a tragédia de 2008
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Como deslizamentos voltam a ocorrer todos os anos em Blumenau e são amplamente divulgado pela mídia, nem sempre o tempo ajuda essas imagens a saírem da memória de quem vivenciou uma tragédia.
– Esses eventos são concorrentes, porque eles voltam a acontecer e reforçam a memória da perda. Mas tem um outro lado também que assim que as pessoas sentem os sinais de risco para a cidade, começa uma ação coletiva de solidariedade.
