Quem frequenta o parque náutico Walter Lange, no Centro de Florianópolis, afirma que o movimento de usuários de drogas diminuiu depois da morte do ex-comissário de bordo Alexandre Santiago, no dia 5 de março.

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A vítima foi assassinada por um morador de rua, segundo a polícia. No domingo, um homem foi preso acusado de ter cometido o crime. Felipe dos Santos Diogo, natural de Araraquara (SP), morava na rua.

Nesta segunda-feira, a reportagem da Hora foi até o parque e conversou com frequentadores. Eles têm uma visão comum: diminuiu o número de andarilhos e usuários de drogas na área após o crime.

O local é usado por esportistas durante o dia, e a noite se transforma em ponto de encontro para uso de entorpecentes.

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O professor de remo Marco Martins, 29 anos, afirma que este problema inclusive tem feito pais desistirem de matricular os filhos mais novos no curso.

– Aqui a gente tem uma cultura saudável, de esportes. Ensinamos valores para os alunos. E aí eles saem para o parque e se deparam com usuários de drogas – lamenta.

O aluno Mateus Felipe Laner, 17 anos, disse que sente medo, apesar de nunca ter sido assaltado.

– Eu já dormi aqui no clube, e à noite a gente escuta o movimento. É bastante gente – lembra.

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Moradores de rua também sentem medo

O medo não é exclusividade de quem frequenta o local para estudar, trabalhar ou para lazer. Até para os moradores de rua que ocupam o espaço, reduziu o movimento desde o crime bárbaro que vitimou Alexandre.

O catador de material reciclável Márcio Nicolau garante que os moradores que ficam em baixo da ponte são tranquilos e não oferecem perigo.

Diminuiu muito o movimento desde a morte dele. O problema era que vinha muita gente de fora para cá – compara.

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O motivo mais provável é o medo e não aumento do policiamento, como confirma o tenente-coronel Marcelo Pontes, comandante do batalhão responsável pela área.

– A nossa companhia fica bem perto, e as rondas são diárias e constantes. O policiamento é diário e tem seguido a nossa rotina de trabalho – explica.

Crime bárbaro

No domingo foi preso um dos suspeitos do crime. A Delegacia de Homicídios segue tentando identificar a mulher que também aparece nas imagens batendo com um capacete na vítima.

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Alexandre foi encontrado nu, com as pernas amarradas e marcas de pedradas pelo corpo. O local é ponto de encontro do público LGBT, segundo amigos da vítima. Por isso, alguns amigos acreditavam em crime de homofobia. Alexandre estava com 32 anos. Era ex-comissário de bordo e estava trabalhando na lanchonete da mãe, nos Ingleses.