Passam de 180 anos as penas dos condenados pelos assassinatos de três jovens cujos corpos foram enterrados nas dunas da praia da Guarda do Embaú, em Palhoça, no ano passado. As vítimas eram moradoras do Morro do Horácio, em Florianópolis.
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Wilson Macário Alves, o Dedé, 29 anos, pegou 103 anos e seis meses de prisão. Natanael Valdemir Leal foi condenado a 79 anos e três meses de prisão. Os dois devem cumprir as penas em regime fechado.
Eles foram condenados por latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáveres. Outros dois réus, que não tiveram os nomes divulgados, foram absolvidos.
A sentença de gabinete é da juíza Erica Lourenço de Lima Ferreira, da 2ª Vara Criminal de Palhoça, e saiu para publicação no Diário Oficial nesta quinta-feira.
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Os crimes aconteceram em maio de 2013 e tiveram grande repercussão na época pela crueldade contra as vítimas
Júlio Cesar Thibes, 25 anos, Augusto Moreira das Chagas, 22 e Gabriel de Oliveira, 15, moradores do Morro do Horácio, foram executados a tiros.
A polícia apontou Dedé como o autor das mortes e que ele teria traído os jovens – que eram conhecidos dele – para roubar R$ 10 mil.
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Os investigadores da Divisão de Investigações Criminais (DIC ) apuraram que os três foram mortos em uma fração de segundos por Dedé com uma pistola.
O motivo seria uma armadilha feita para roubar o dinheiro – na época, familiares das vítimas disseram que elas haviam ido negociar um terreno na praia da Pinheira com Dedé, mas essa negociação nunca existiu, de acordo com a polícia.
Dedé atraiu os três ao local, no fim da tarde de 29 de maio, para vender duas pistolas e uma espingarda calibre 12 por R$ 10 mil. A venda das armas não se concretizou.
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As vítimas ficaram seis dias dadas como desaparecidas, até que, na manhã de 4 de junho, em novas buscas nas dunas da Guarda do Embaú, quatro PMs encontraram os corpos.
O lugar fica a 200 metros das margens da estrada que leva à Guarda, ao lado do Rio da Madre e a cinco quilômetros do local em que o Astra dos jovens foi abandonado.
Filho de Rodrigo da Pedra
Os policiais revelaram que os crimes foram premeditados e que Dedé sabia que uma das vítimas, o adolescente Gabriel de Oliveira, 15 anos, era filho do traficante Rodrigo de Oliveira, o Rodrigo da Pedra, um dos líderes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e que atualmente cumpre pena no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) pelo envolvimento nas ondas de atentados em Santa Catarina.
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Dedé negou as mortes, mas se apresentou à polícia em agosto do ano passado. Nesta quinta-feira, o DC não teve acesso aos condenados nem aos advogados dos dois. Ainda há possibilidade de recurso da sentença no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.