A confirmação da licença por 60 dias do presidente afastado Romildo Titon (PMDB) fortalece a posição do interino, Joares Ponticelli (PP). Com a saída de circuito do peemedebista, ele vai assumir efetivamente o comando da Assembleia Legislativa.
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A hipótese da renúncia à presidência era a única que poderia fazer o PMDB voltar ao comando da Casa, através da escolha de outro nome na bancada do partido. Como Titon rejeitou a possibilidade no início da semana, Ponticelli viu-se livre de qualquer compromisso de abrir mão da posição para os peemedebistas.
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Ainda durante a semana, o pepista já havia dado sinais de passaria a exercer efetivamente o comando ao começar a despachar no gabinete da presidência – algo que tinha evitado desde 26 de fevereiro, quando o Tribunal de Justiça determinou o afastamento de Titon do cargo por 180 dias. Nos próximos dias, Ponticelli deve fazer remanejamentos na equipe e colocar de volta em postos-chave colaboradores do período em que esteve à frente do Legislativo, em 2013. Em nota, o presidente interino disse que não pretendia comentar a licença de Titon.
O próprio Titon afirmou que não pretende retornar ao cargo antes das eleições, mesmo que o afastamento determinado pela Justiça se encerre em 26 de agosto. Na Assembleia, há quem duvide inclusive que que possa assumir depois das eleições, diante do pouco tempo que ele teria para efetivamente gerir o parlamento. O vice-governador Eduardo Pinho Moreira, presidente estadual do PMDB, acredita que o retorno de Titon ao cargo após licença é algo a ser avaliado mais à frente, mas admite que a volta do partido ao comando do Legislativo depois de 26 anos ficou prejudicada.
– Infelizmente ficou maculada, mas o PMDB vai trabalhar para mais uma vez eleger a maior bancada e dessa forma ter o direito de indicar o próximo presidente – afirmou.
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Líder da bancada estadual, Moacir Sopelsa afirma que a decisão de Titon precisa ser respeitada:
– Claro que seria melhor a presidência estar com o PMDB. Melhor ainda se tivesse ficado com o Titon. Ele que foi eleito para ser o presidente. Mas também temos que, em cima de um fato desse, aceitar aquilo que o deputado acha melhor para ele. A gente sabe que uma renúncia sempre deixa marcas.