Presa em Florianópolis desde a noite de quinta-feira, a delegada Ângela Teresa Bork Roesler sofreu duas derrotas na tarde desta sexta-feira: perdeu o cargo e teve seu pedido de liberdade provisória negado pela Justiça.
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Ângela é acusada de envolvimento em uma série de crimes, entre eles peculato (desvio de dinheiro público), estelionato (obtenção de vantagem ilegal usando de algum tipo de fraude), formação de quadrilha e violação de sigilo de interceptações telefônicas.
No começo da tarde, ela foi exonerada do cargo de delegada regional de São Bento do Sul por determinação do secretário da Segurança Pública (SSP), César Grubba, e do delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila. Algumas horas mais tarde, o pedido de liberdade provisória foi negado pelo juiz da 3ª Vara Criminal da cidade e ela deve continuar presa pelo menos até a segunda-feira.
A demissão do cargo foi anunciada no mesmo momento em que o promotor Marcio Gai Veiga explicava os detalhes da denúncia em uma coletiva de imprensa, no Fórum de São Bento do Sul. Mas a portaria com a decisão será publicada no Diário Oficial na próxima segunda-feira. Conforme nota da SSP, a decisão da exoneração saiu após audiência de Grubba com o governador Raimundo Colombo.
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Enquanto isso, os advogados Arão dos Santos, Chirle de Lima Borges Kotovicz e Patrícia Noronha Borges tentavam reverter a prisão da delegada com um pedido de liberdade provisória, que foi negado no começo da noite pelo juiz Luís Paulo Dal Pont Lodetti. Na decisão, o magistrado explicou que os argumentos da defesa em nada alteram o panorama traçado na decisão que decretou a prisão preventiva.
Ângela e a policial Cintia Giovana Dutra Rodrigues foram presas numa operação na tarde de quinta-feira, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Joinville, força-tarefa formada pelo MP e policiais civis e militares. Um terceiro agente foi afastado de suas funções.
A investigação começou em abril. Entre os indícios apurados há desvio de recursos do Convênio de Trânsito de São Bento do Sul para o dono de uma oficina mecânica que prestava serviços à delegacia, na compra de equipamentos eletrônicos, o recebimento indevido de seguro e à quebra de de sigilo de ligações telefônicas com fins não autorizados judicialmente. A delegada regional, segundo o promotor, vinculada a todos os crimes.
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A defesa
Três advogados defendem a delegada Ângela Teresa Bork Roesler e a policial Cintia Giovana Dutra Rodrigues. São eles Arão dos Santos, Chirle de Lima Borges Kotovicz e Patrícia Noronha Borges. Desde a prisão, os defensores disseram que preferem não se manifestar à imprensa em relação ao caso.
Ontem, uma representente da equipe esteve no Fórum de São Bento do Sul e acompanhou a entrevista coletiva do promotor Márcio Gai Veiga. Ela permaneceu em silêncio. No final da entrevista, pediu para conversar com o promotor separadamente e não quis falar com a imprensa.