A delegada regional da Polícia Civil de São Bento do Sul, Angela Teresa Bork Roesler, e uma policial cuja identidade não foi informada pelo Ministério Público de Santa Catarina, que foram presas ontem à tarde acusadas de envolvimento em 76 crimes, ficarão detidas na Deic, em Florianópolis. Um terceiro policial foi afastado.
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Angela foi presa preventivamente por uma denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Marcio Gai Veiga. Ele apontou, ainda, o envolvimento de outras oito pessoas, todas de São Bento do Sul.
Os crimes envolvem formação de quadrilha, peculato, compras ilegais, desvio de dinheiro público e até escutas telefônicas ilegais, que teriam ocorrido entre janeiro de 2012 e maio de 2013.
A operação teve o apoio de policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Joinville, uma força-tarefa formada pelo MP e policiais civis e militares. Angela e a agente foram ouvidas no Fórum de São Bento do Sul durante parte da tarde de ontem e, à noite, seriam encaminhadas à Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis.
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A investigação do Ministério Público começou em abril. Entre os indícios apurados há desvio de recursos do Convênio de Trânsito de São Bento do Sul. O dinheiro, cujo valor não foi informado pelo MP, teria sido desviado para o dono de uma oficina mecânica que prestava serviços à delegacia.
Também há indícios de desvios de recursos na compra de equipamentos eletrônicos, o recebimento indevido de um seguro e a quebra de sigilo de ligações telefônicas com fins não autorizados judicialmente. A delegada regional, segundo o promotor, está vinculada a todos os crimes.
Segundo o MP, a prisão da delegada não teria relação direta com outro processo ao qual ela responde, por formação de quadrilha, corrupção ativa, crimes de lavagem de dinheiro e envolvimento com o jogo do bicho. O processo, que partiu das investigações da operação “Game Over 2”, continua tramitando no Tribunal de Justiça.
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O advogado Arão dos Santos, que defende a delegada Angela Teresa Bork Roesler, preferiu não se manifestar ontem sobre a prisão. Ele também não informou quando ou se pretende entrar com recurso para revogar a prisão preventiva.