A juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, da 1ª Vara Criminal de Palhoça, marcou para 15 de dezembro deste ano o júri popular de Luis Paulo Mota Brentano, ex-policial militar acusado de matar o surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, em janeiro de 2015. O crime ocorreu na Guarda do Embaú, onde o esportista morava.

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O julgamento será às 9h, no Fórum de Palhoça. O advogado de defesa de Mota, Leandro Gornicki Nunes, tenta transferir o local do júri para outra cidade, mas o pedido ainda não foi avaliado pelo Tribunal de Justiça (TJ). O órgão apenas negou a liminar que pedia a suspensão do processo até que os desembargadores julgassem o desaforramento, que é a realização do julgamento em um município que não onde ocorreu o crime.

Além da designação da data do tribunal do júri, a juíza ainda marcou para as 13h45min de 16 de novembro o sorteio dos jurados. Pelo menos 15 testemunhas devem ser ouvidas no dia 15 de dezembro. Inicialmente, prestam depoimento as pessoas indicadas pela acusação, mas depois falarem as levadas pela defesa. Passada essa etapa, o réu será ouvido.

Por fim, o Ministério Público (MP) e a defesa terão uma hora e meia para falar. Caso queiram, o promotor terá mais uma hora de réplica e o advogado o mesmo tempo para tréplica.

Surfista foi atingido por três tiros

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O surfista profissional Ricardo dos Santos, 24 anos, conhecido como Ricardinho, foi baleado na manhã da segunda-feira, 19 de janeiro de 2015, na praia da Guarda do Embaú, por volta de 8h50min. Segundo informações dos bombeiros, ele foi atingido por três tiros e encaminhado pelo helicóptero Arcanjo para o Hospital Regional de São José. Dois suspeitos foram detidos por volta das 11h — um deles era o ex-policial militar Mota, passava férias no litoral.

O ex-soldado diz que agiu em legítima defesa. Ele sustenta que o surfista e outro homem teriam partido para cima dele com um facão em punho numa discussão por causa do lugar em que estava parado com o carro, na Guarda do Embaú. O outro suspeito detido na época e depois liberado foi o irmão de Mota, um adolescente.

A Polícia Militar (PM) expulsou Mota por conta do crime, mas mesmo assim ele continua detido no 8º Batalhão da Polícia Militar de Joinville, onde trabalhava morava. A Justiça entendeu que se ele for levado para uma unidade prisional, por ser um ex-policial, o rapaz pode sofrer represálias.

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