A Justiça atendeu pedido do Ministério Público e determinou a intervenção do Estado na Fundação Hospitalar de Camboriú, que sofre com problemas em repasses e pagamentos, denúncias de irregularidades e acúmulo de dívidas. Nos próximos dias começa a auditoria administrativa e financeira das atividades de 2007 até agora, que será feita pelo interventor judicial Gilson Amilton Sgrott. Os trabalhos têm prazo inicial de seis meses e nesse período serão apresentados relatórios detalhando a situação da unidade.

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O interventor foi nomeado na terça-feira pela juíza Ana Vera Sganzerla Truccolo, após investigação conduzida pelo MP de Camboriú. Ao longo dos últimos meses ocorreram reuniões com representantes do hospital e diversos pedidos de informações sobre o caso ao Estado, município, Fundação e à Câmara de Vereadores. As dívidas do hospital passam de R$ 7 milhões, acumulados de gestões passadas, com INSS, Receita Federal, custos trabalhistas e outras pendências.

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– Agora estamos organizando a casa no sentido da análise, para termos rotinas contábeis e administrativas para fiscalizar. Também tenho que prestar contas disso e verificar a auditoria – explica Sgrott.

As decisões sobre a gestão do hospital serão tomadas pelo interventor em conjunto com o diretor da Fundação, Edésio de Souza. Os repasses para custeio e os serviços à população não serão afetados.

Rede particular

O Hospital de Camboriú conta com 66 leitos e é o único da cidade, atendendo, inclusive, todo Estado para cirurgias eletivas. Hoje, no entanto, a instituição não faz mais que quatro cirurgias por dia, e somente para pacientes particulares. Administrado pela prefeitura, o pronto-atendimento do hospital permanece funcionando, mas as internações também só ocorrem para a rede particular. Quem precisa desse tipo de atendimento via SUS é encaminhado aos hospitais Marieta, em Itajaí, e Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú.

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Em setembro, faixas com pedidos de socorro apareceram em frente ao hospital. O manifesto – de autoria desconhecida – chamava atenção para a crise vivida pela instituição.