A Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) acatou o pedido de prorrogação das prisões temporárias dos 12 detidos na Operação Trojan, deflagrada pela Polícia Civil na última segunda-feira. A investigação, que apura fraudes no sistema tributário e no Pró-Cidadão do município, estima um prejuízo aos cofres públicos de aproximadamente R$ 12 milhões.

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De acordo com o delegado Akira Sato, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), o pedido da prorrogação foi aceito na tarde desta sexta-feira, quando se encerrava o prazo das prisões temporárias. Eles seguem detidos até pelo menos quarta-feira.

Apenas um dos suspeitos não foi detido na segunda, mas se entregou à Justiça na noite de quarta-feira, na presença de um advogado. Onze pessoas seguem presas no Presídio de Florianópolis, e duas na própria Deic. Segundo o delegado Walter Watanabe, também da Deic, os detidos estão cooperando com as investigações e a previsão é de que o inquérito seja concluído em 30 dias.

Operação investiga peculato eletrônico

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A investigação da polícia, que se estende há mais de um ano, revelou que funcionários públicos municipais inseriram indevidamente dados no sistema informatizado para reduzir e excluir tributos de particulares. A polícia não descarta a possibilidade de realizar novas ações.

Moacir Pereira: Servidores presos e apreensão em execução

Delegado da Deic explica as suspeitas de fraudes em Florianópolis

O ex-secretário municipal de Administração e da Receita da Prefeitura de Florianópolis, Sandro Ricardo Fernandes, é um dos 13 presos até o momento. Além dele, há entre os presos dois servidores da prefeitura (um da secretaria municipal da Fazenda e outro da Comcap que está cedido ao executivo fiscal), além de advogados que atualmente não exercem a advocacia.

O nome “Trojan” refere-se à natureza de um dos crimes investigados: peculato eletrônico. E também como analogia ao vírus de computador, visto que, segundo a polícia, funcionários da prefeitura alteraram indevidamente o sistema informatizado.

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A denúncia do caso foi encaminhada em 2013 pelo atual prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior, ao então delegado da Deic, Renato Hendges, que faleceu em abril de 2014.