O ex-secretário municipal de Administração e da Receita da Prefeitura de Florianópolis, Sandro Ricardo Fernandes, é um dos 12 presos nesta segunda-feira pela Polícia Civil em operação que investiga fraudes no sistema tributário e no Pró-Cidadão.
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Além dele, há entre os presos dois servidores da prefeitura (um da secretaria municipal da Fazenda e outro da Comcap que está cedido ao executivo fiscal), além de advogados que atualmente não exercem a advocacia.
Durante a manhã, a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Dilmo Berger, irmão do senador e ex-prefeito de Florianópolis, Dário Berger – Dilmo não figura entre os presos.
Os 12 presos foram colocados na carceragem, no auditório e mais uma sala da Deic, no bairro Estreito, e a expectativa é que sejam transferidos para o sistema prisional ainda nesta segunda. A polícia ainda procura um 13º investigado que teve a prisão decretada e não foi localizado em casa.
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O advogado do ex-secretário Sandro Fernandes, Marcos Probst, disse que não pode falar sobre a prisão porque o inquérito corre em segredo de justiça.
Um dos advogados de Dilmo Berger, Bruno Condini, afirmou que nada foi apreendido na casa de seu cliente. Condini relatou que ainda não conseguiu se inteirar do processo e, por isso, não iria comentar o caso. A reportagem ainda não conseguiu contatar outro advogado defensor de Dilmo Berger que poderia falar a respeito.
Marmitas e pães para o café da manhã
À tarde, um agente penitenciário levou marmitas para manter os presos durante à noite. No cardápio da janta: feijão, arroz, macarrão e carne. Também foram levados pães para o café da manhã dos detidos.
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As prisões são temporárias, têm validade de cinco dias e foram decretadas pelo juiz Marcelo Volpato.
Operação investiga peculato eletrônico
A investigação da polícia, que se estende há mais de um ano, revelou que funcionários públicos municipais inseriram indevidamente dados no sistema informatizado para reduzir e excluir tributos de particulares. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de mais de R$ 12 milhões.
O nome “Trojan” refere-se à natureza de um dos crimes investigados: peculato eletrônico. E também como analogia ao vírus de computador, visto que, segundo a polícia, funcionários da prefeitura alteraram indevidamente o sistema informatizado.
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A denúncia do caso foi encaminhada em 2013 pelo atual prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior, ao então delegado da Deic, Renato Hendges, que faleceu em abril de 2014.