O empresário Raulino Jacó Brüning Filho, 33 anos, que atropelou três pessoas e matou uma delas na manhã de terça-feira no bairro Tapera, em Florianópolis, no sul da Ilha, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. A decisão é assinada pelo juiz Emerson Feller Bertemes, que estava de plantão na terça-feira para os casos criminais e para quem o motorista “Nem de longe respeitou a ordem pública”

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Homem morre e duas pessoas ficam feridas em atropelamento na Tapera

No ato, Bertemes reuniu informações dadas por testemunhas e pelo exame do Instituto Médico Legal (IML), que apontou que o condutor apresentava “olhos vermelhos, desordem nas vestes, odor discreto de álcool”. O juiz afirma no documento que há “elementos suficientes a respeito da autoria dos crimes”.

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No ato, Bertemes foge das decisões tradicionais:

“As autoridades estão fazendo seu papel porque este cidadão não fez o seu. Primeiro porque não deveria dirigir embriagado. Caso não estivesse embriagado, também não deveria dirigir em zigue-zague (e isso não tem como negar nesta altura quando várias testemunhas afirmaram a mesma coisa). Também não poderia estar em velocidade excessiva (também afirmado por mais de uma testemunha). Por fim, a pior parte, não deveria fugir do local, pois aquele era o momento de mostrar que estava lá para ajudar no que fosse preciso, mas não, preferiu ir para casa, para não ser identificado, não ser flagrado embriagado ou por outros motivos que somente serão esclarecidos durante a instrução do futuro e eventual processo criminal”, escreveu.

Ao finalizar sua determinação, ele discursa sobre a situação em que ficaram as três pessoas atropeladas, além de lembrar o impacto que o acidente ocasionou na comunidade local:

“As pessoas daquela localidade estão horrorizadas com a situação. Parentes e amigos estão agora velando o rapaz atropelado. A outra senhora não se sabe quando sairá do hospital. Um está na cadeia eterna da morte e outra na cadeia hospitalar, com risco até de contrair alguma bactéria, quando deveriam estar em casa ao lado de suas famílias”.

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Contraponto

A defesa de Brüning Filho foi procurada pela reportagem. O escritório de advocacia Garcia, Luz e Gama D’Eça Advogados, que fez o atendimento inicial ao empresário, diz que não está mais no caso e não soube informar o nome do novo defensor.

Na 5ª Delegacia da Polícia Civil, onde o motorista segue detido, o plantonista também diz não saber quem é o advogado dele.

Confira abaixo a decisão completa do juiz Emerson Feller Bertemes: