O Tribunal do Júri condenou nesta terça-feira a 18 anos de prisão em regime fechado o pintor Leandro Joaquim Mendonça, o Le, 24 anos, pelo assassinato de um homem cujo corpo foi encontrado em maio de 2014 sem cabeça no Morro do Caju, no Bairro Saco Grande, em Florianópolis.

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A sentença foi proferida pelo juiz Marcelo Volpato no fim da tarde, no Fórum da Capital. Levado a júri popular pela morte do servente de pedreiro José Gabriel Machado, 30 anos, o réu teve negado o direito de recorrer em liberdade, mas foi absolvido pelas acusações de ocultação de cadáver e o crime de vilipêndio a cadáver (amputação da cabeça e das mãos).

A vítima ficou desaparecida desde 2013. Familiares suspeitaram que o corpo tivesse sido desovado no Morro do Caju e acionaram a Delegacia de Homicídios, que o localizou e solucionou o crime.

O promotor Wilson Paulo Mendonça Neto, que atuou na acusação, afirmou no julgamento que a vítima morreu com um tiro por ter mexido com uma mulher que havia frequentado uma festa na casa de uma mãe de santo, em agosto de 2013. Ainda conforme o promotor, o acusado teria recebido suposta ordem para dar um susto na vítima, mas acabou cometendo o homicídio — o réu negou a morte.

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O corpo de José estava carbonizado numa cova em um matagal. Durante o julgamento, o promotor afirmou que na época houve a suspeita da polícia que o crime estivesse ligado a um suposto ritual de magia negra — até hoje a cabeça e as mãos da vítima não foram encontradas.

Defesa pedirá novo julgamento

O advogado de defesa, Cléoberson Cachambú Pain, afirmou que irá recorrer da sentença no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde pedirá a realização de um novo julgamento. Segundo ele, o réu nega o crime.

Para o advogado, o resultado do julgamento mostrou que os jurados não entenderam bem as circunstâncias do fato, ao condená-lo por homicídio e o absolverem pela ocultação de cadáver.

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