Se os esportes náuticos têm se fortalecido como vocação itajaiense nos últimos anos, nada mais emblemático do que o título histórico da cidade nos Jogos Abertos de Santa Catarina ter saído, simbolicamente, das águas. Com o terceiro lugar no remo e as vitórias no triatlo masculino e feminino (com percurso de natação, pedalada e corrida), Itajaí alcançou na manhã de domingo a pontuação necessária para garantir a conquista inédita no esporte catarinense.
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Figurando agora ao lado de Blumenau, Florianópolis e Joinville, até então únicos campeões gerais do evento, o município litorâneo contou com o fator casa e com o planejamento como principais trunfos. A partir deles a Fundação de Esporte e Lazer (FMEL) construiu um plano que, prometem todos os envolvidos, focará no desenvolvimento contínuo das modalidades.
Sediando os Jasc, Itajaí teve o direito de disputar todas as categorias sem passar por fases classificatórias, o que deu tempo para os técnicos prepararem os atletas e também montarem as equipes em que a cidade ainda não tinha trabalhos permanentes. Esse planejamento pôde começar a ser feito ainda em agosto de 2012, quando a cidade foi a única que se candidatou a receber os Jogos e, portanto, já era a virtual sede da competição em 2014.
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– Assim que pedimos para ser sede, já iniciamos o trabalho para o título em casa, então a conquista não é uma surpresa, é fruto de toda uma preparação e investimento. E jogar em Itajaí tem uma motivação enorme, com os familiares dos atletas, o público, é uma energia muito boa – destaca o diretor de esporte de rendimento da FMEL, José Hiram.
“Importados”
Além de mapear o que a cidade tem de melhor, o planejamento, claro, também indica os pontos fracos. E aí é que surgem os chamados atletas “importados”, geralmente encarados como problemas no evento e que são comuns a quase todas as equipes. Para criar os times nas modalidades em que não há tradição no município ou reforçar grupos que rendam abaixo do esperado, as delegações costumam buscar reforços de fora para a disputa dos Jogos Abertos. Ou seja, representando pouco ou nenhum ganho efetivo para o esporte local. Em Itajaí, são cerca de 80 “estrangeiros” entre os 420 atletas, mas o superintendente da FMEl, Fabrício Marinho, assegura que o número não representa a realidade, já que boa parte dos contratados continuará ligada à cidade.
– Atletas que vieram exclusivamente para os Jasc não passam de 15, que são situações pontuais, como em qualquer competição. O restante são equipes que montamos para manter e a maioria vai continuar por aqui no ano que vem – declara.
E se mais difícil do que chegar ao topo é manter-se nele, Itajaí já começa na quarta-feira a planejar – palavra repetida como mantra por todos ligados à FMEL – os Jasc 2015. O direcionamento será mais uma vez para investir na base, fortalecer as modalidades com atividades durante o ano inteiro e contratar reforços pontuais, tudo impulsionado por muito treino e concentração. Blumenau, Florianópolis e Joinville que se cuidem, porque a busca pelo bi já começou em terras peixeiras.
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