Na história recente dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) é comum as cidades se reforçarem com atletas de outros Estados. E nos últimos anos, os atletas importados também começaram a aportar na competição. Na 54ª edição, que acontece em Itajaí, são pelo menos quatro atletas de outros países contratados para disputar exclusivamente a competição. Nesta torre de Babel, há uma chinesa no tênis de mesa, um suíço no punhobol, uma norte-americana no basquete e uma argentina no vôlei.

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A cidade-sede remontou a equipe de punhobol chamando antigos atletas, reforçando com jogadores de Novo Hamburgo (RS) e trazendo também o batedor Ueli Rebsamen, 24 anos, um dos jogadores da seleção suíça. É a quarta vez que ele vem para o Brasil, mas todas as outras foram para a cidade gaúcha, que costuma fazer intercâmbio com equipes da Suíça.

– Gostei muito da competição. O mais legal é ver a relação com todas as modalidades, há uma sintonia muito interessante – disse Ueli, que se comunica com os brasileiros com ajuda de um tradutor, já que só fala alemão.

Ueli fez a diferença no time de Itajaí. Foi o principal pontuador da equipe que terminou com a medalha de bronze – Florianópolis ficou com o título e Blumenau com o vice. Era o principal sacador e praticamente todos os ataques passavam por ele. O suíço aprovou o resultado, mas disse que o time poderia ir mais longe.

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– Os finalistas têm jogadores da Seleção Brasileira, então acho que fomos bem. Mas quando a gente entra em campo, quer sempre um pouco mais – afirmou.

O suíço chegou no Brasil na segunda-feira da semana passada e amanhã já embarca de volta para a Europa. A maior dificuldade para ele foi sair dos -5º C que faziam na Europa para enfrentar os 30 °C de Itajaí.

– Foi a parte mais difícil. Mas mesmo assim gostei e se quiserem me chamar de novo, vou voltar – avisou.

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Chinesa defende Agrolândia no tênis de mesa

Itajaí também trouxe uma norte-americana para reforçar o basquete feminino. Effanesia Loquis Daker veio ajudar a equipe da casa a brigar por um lugar ao pódio. Outra modalidade coletiva que contará com gringa é o vôlei feminino de Rio do Sul. A levantadora argentina Yael Castiglione já atua pelo time na Superliga feminina. O time conta ainda com outra argentina, Mimi Sosa, que acabou não sendo inscrita nos Jasc.

Falando nas cidades do Alto Vale do Itajaí, outro município da região trouxe um atleta do outro lado do mundo para reforçar a delegação. A chinesa Minhua Li joga tênis de mesa por Agrolândia e pode colocar o município de pouco mais de 9 mil habitantes no pódio da modalidade. A jovem de 21 anos tem certa dificuldade, mas consegue se comunicar em português. Ela está há 11 anos no Brasil e veio para cá para jogar tênis de mesa por Santo André (SP), onde mora. Lá ela conheceu Marina Michelin, que é de Rio do Sul. Como o técnico dela se mudou para Agrolândia, conversou com o prefeito de lá, que resolveu bancar a equipe. Por isso, Minhua parou em Santa Catarina.

– Gostei da competição, tem atletas muito fortes. Espero ganhar uma medalha – comentou a chinesa, que já subiu no pódio dos Jogos Abertos de São Paulo várias vezes.

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Minhua é de uma cidade no Sul da China, perto de Hong Kong. Estuda Administração no ABC paulista e pretende continuar no Brasil. Mas admite voltar, já que a família tem pedido.

– Gosto daqui, estou com visto de estudante. Talvez complique para conseguir o visto definitivo, então não sei ainda se fico – pontua.