Os procedimentos internos da Polícia Civil para despachar documentos ainda não permitiram que a denúncia de fraude em pensão do Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (Iprev) chegasse à delegacia direcionada para receber o caso.

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Conforme o delegado Dirceu Silveira Júnior, os documentos encaminhados pelo Iprev na segunda-feira já foram despachados à 3ª Delegacia de Polícia, que atende à região Norte de Joinville. Porém, o delegado titular da 3ª DP, Leonardo Marcondes Machado, informou por meio de uma funcionária da delegacia que o caso ainda não chegou em suas mãos.

De acordo com o presidente do Iprev, Adriano Zanotto, na segunda-feira o levantamento feito pelo instituto foi encaminhado à polícia justamente porque cabe a ela identificar a parte criminal do caso e, consequentemente, quem são os autores do crime.

Segundo Dirceu, uma perícia precisa ser feita nos documentos encaminhados pelo Iprev para identificar se há algum crime, para, só então, abrir um inquérito policial. Essa responsabilidade ficará a cargo de um dos delegados da 3ª DP.

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Em contrapartida, o Iprev já deu andamento a uma sindicância interna que deve apurar se houve envolvimento de algum servidor da agência de Joinville no esquema. A comissão de servidores nomeados para apurar a fraude que provocou um rombo de quase meio milhão nos cofres públicos deve vir a Joinville nos próximos dias.

Os servidores irão investigar como o benefício do pensionista João José Perini foi pago durante dez anos mesmo após a morte dele. Um pensionista falso conseguiu sacar o equivalente a R$ 441 mil durante esse período utilizando o cartão do pensionista do Banco do Besc, hoje Banco do Brasil, e conseguiu renovar o cadastro do Iprev. A assinatura de João José Perini, falecido em 2002, está lá comprovando que alguém assinou por ele durante todos esses anos, já que o recadastramento deve ser feito pessoalmente pelo beneficiário ou pensionista.

Outro fato que chamou a atenção do Iprev é que o óbito de João José Perini só foi registrado em 2012, por uma das filhas. A justificativa dela no pedido de óbito tardio feito em juízo é de que um cunhado ficou responsável em fazer o registro no cartório, mas acabou esquecendo e isso só foi descoberto quando esse mesmo cunhado morreu e precisou ser enterrado no jazigo da família. Segundo o Cemitério Municipal de Joinville, onde João José foi enterrado, a declaração de óbito do hospital já é o suficiente para providenciar o enterro.

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