Vicente Soares, delegado responsável pela investigação da morte da menina Rachel Rodrigues Novaes Soares na piscina de um hotel em Balneário Camboriú esteve no local na segunda-feira e fala sobre o caso:

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O que já foi feito até agora em relação ao inquérito?

Nós fizemos diligências no local na tarde de hoje (segunda-feira) para verificar a piscina e o sistema de sucção. Agora, os envolvidos serão intimados (o proprietário e funcionários do hotel). Vamos também fazer oitivas da mãe da vítima que já retornou para o estado de origem. Até agora o que se apurou foi a questão do sistema de sucção da piscina estar ligado e a vítima enrolou o cabelo dela nesse sistema, no ralo, com o sistema funcionando. E infelizmente ela não conseguia mais emergir em razão do cabelo estar preso.

O fato de ter o alvará dos Bombeiros isenta o hotel de responsabilidades?

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Não. Em princípio, por uma análise inicial da lei municipal (3908/2016) e da lei estadual (16.768/2015) que determinam a instalação de um dispositivo que interrompa o processo de sucção das piscinas nesses casos. A lei estadual dava o prazo de um ano para o hotel instalar esse dispositivo e teria finalizado o prazo no fim de novembro do ano passado. E o alvará dos Bombeiros teria sido dado no início do mês de novembro do ano passado. Então, os Bombeiros não poderiam deixar de dar o alvará por falta do dispositivo naquele momento, porque o hotel ainda estava dentro do prazo da instalação. O fato de os Bombeiros darem o alvará não exime o hotel de ter que instalar o dispositivo até o final do prazo. Os Bombeiros não podiam deixar de dar o alvará, mas o hotel em função do alvará também não podia deixar de cumprir uma lei estadual que determinava a instalação (do equipamento antissucção).